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cap 94- O apê



 Diego sabia que estava, mas não via mal nisso, pelo contrário, mimá-la era algo que lhe dava muito prazer, além de ver os sorrisos, ouvir as risadas e o brilho nos olhos dela enquanto fazia isso. Não tinha preço.
-Ouço reclamações? –Ele brinca.
-De modo algum... Pode continuar...
 Diego a beija suave segurando seu rosto e ela se vira para facilitar o momento, além de aproximar o abraço. Quando vê, ele já está lhe empurrando para deitar.
-Se prepare para receber muito mimo hoje... –Os braços dele firmam lado a lado no travesseiro.
-Ah, só hoje? –Ela finge reclamar.
-Ah... Só hoje tá bom... –Diego desce o rosto sobre ela. –Todos os dias você iria enjoar, né?
-Ah, você acha? –Ela subitamente o vira sobre a cama ficando sobre ele. –E você? Enjoaria disso: –Ela lhe dá um selinho. –E disso?
 E continua a beijá-lo até que ele não aguenta ficar só em selinhos e empurra um beijo mais forte e molhado nela. Um beijar doce e fresco do café da manhã.
-Nossa! –Ele se senta na cama rapidamente parando o beijo.
-Que foi?
-Eu esqueci o forno!
 Roberta se assusta a vê-lo sair feito louco e vai atrás, pulando da cama e chegando à cozinha logo em seguida.
-Ah, que susto, nem tá pronta ainda... –Diego retira a luva de cozinha e coloca sobre o balcão de mármore.
-O que não tá pronto?
 Ele a olha à sua frente somente de roupas íntimas e responde com um sorriso travesso.
-Tô fazendo lasanha pra gente...
-Sério?
-Muito sério! –Ele está contente.
-E desde quando você sabe fazer?
-Ué, um dia a gente aprende.
-Seguiu receita, não foi? –Ela sorri com a mão na cintura.
-Hm... –Diego cruza os braços, desanimado. –Porque você acha isso?
-Por causa desse livro de receitas aí. –Ela aponta para um livro aberto ao lado dele.
-Ah... –Diego olha ao lado, bendita hora em que havia esquecido aquele livro ali. Agora pega e folheia sem graça. –Isso é só pra...
-Deixa de ser bobo... –Roberta vai até ele e laça as mãos em sua cintura. –Achei lindo você cozinhar pra mim...
-É?
-Muito! –A garota abre um sorriso contagiante. –Ninguém nunca cozinhou pra mim!... Nem mesmo com livro de receita!
-Ah... E você já cozinhou pra alguém?
-Só sei fazer brigadeiro, não lembra?! Fiz pra você aquele dia lá em casa...
-Hm!! Como ia esquecer? Tava muito bom!
-É? Então eu faço de sobremesa!
-E aonde você quer ir mais tarde?
-Onde? –Ela pensa. –Não sei... A gente podia passear a toa... Só assim...
-A toa!... –Ele completa. –E quer ir ao cinema depois?
-Quero! –Roberta saltita como criança. –Agora eu vou me vestir... Você termina a lasanha e eu volto daqui a pouco pra fazer brigadeiro...
-Me beija? –Ele chega a boca em um bico risonho segurando sua cintura.
 Roberta o beija alguns segundos, mas logo se policia.
-Agora é sério, eu vou me vestir! –Ela sai correndo pelo corredor até o quarto.

 Em outro canto, com menos palavras e mais expressões faciais, madrasta e enteada ficam meio segundo mudas à espera de algo para dizer.
-Então? –Eva gesticula esperando a explicação.
-Então... –Alice esfrega os dedos...
-Foi isso que eu disse! “Então”!
-Eu sei, mas no meu “então” eu dei abertura pra você falar! –A menina tenta se safar.
-Mas quem ia falar não era você?
-Pois é... –Ela olha para o lado.
-Querem que eu fale? –Otto se intromete.
-Fala!
-Não!
 Eva diz uma coisa e Alice outra, no fim nenhuma sai de onde está, até que estragam tudo de vez.
-O que tá acontecendo aqui?
 O olhar de Franco retira toda a alegria do menino e o faz recuar para perto de Alice, que o ampara.
 A confusão se instala quando toda a história é revelada aos adultos e eles com seu senso de superioridade, acreditam ter todas as respostas para todas as perguntas, e já vão empurrando goela abaixo a maior parte das opiniões dos mais jovens.
-Pai, não faz isso! –Alice desce as escadas atrás de Franco que se prepara para ligar para a polícia.
-Deixa o menino bebê! –Eva vem em seguida. –A sua filha e os amigos só querem ajudar!
-Vocês estão malucas, é?
 À medida que os três estão discutindo na sala de estar, Dani surge da cozinha apressada.
-Que foi mulher? –Eva para na hora que a vê.
-O menino! Ele saiu pelo portão!
-Ele fugiu? –Alice põe a mão no peito.
-Não parecia fugir, foi andando normalmente, mas como já estava saindo não tinha como eu chegar a tempo e...
 Antes que Dani terminasse de contar os três já haviam saído em busca de Otto, que por ser tão pequeno e tão desajuizado, seria uma presa fácil nas ruas.
 Franco abre o portão no passo em que Eva e Alice saem mirando um lado e outro da rua. É hora  de se desesperar...

 Roberta e Diego almoçam juntos e vão para o parque. Um passeio tranquilo onde pudessem tirar o peso gigantesco que vem com as provas finais, a chegada do vestibular, o último ano de escola e por fim, uma vida nova onde as responsabilidades os esperaram sem nenhum perdão...
 Mãos dadas e grama debaixo dos pés. Óculos de sol e um dia bom para namorar.
-Ahhh! –Ela leva um susto quando ele agarra sua cintura e a gira no ar.
-Tá tão linda...
-Hm...
 Eles se beijam entre sorrisos e carinhos, sem ao menos ver as pessoas que passam em volta. Crianças, cães, idosos, pássaros, tudo presente... Mas eles mesmos nem veem nada. A paisagem de dentro está ainda mais bonita, tanto que mesmo que tudo estivesse nublado e hostil, tinham um mundo dentro deles em que buscar um motivo para sorrir e nada poderia mudar isso.
-Que foi? –Diego sente-a sair dos seus braços a deixar sua boca na sede.
-Mensagem da Alice. –A menina lê e se espanta. –Parece que o Otto fugiu lá de casa!
-E o que a gente faz? Volta?
-Ah... Não... –Ela faz bico agarrando o braço dele.
-Mas e o Otto?
-Tá certo então... –Roberta desiste. –Vamos lá no apê pegar minha mochila e bora pra casa...
-Não tem outro jeito, né...
 Com um desânimo aparente lá vão os dois de volta para o apartamento. Seguem ainda admirando a vista e aproveitando os momentos juntos, que já eram bons demais. Difícil estarem assim sozinhos, então seria bom aproveitar ao máximo cada segundo.
 De volta a mansão de Eva ninguém tem notícias de Otto, haviam procurado em todo canto e estão voltando pra casa exaustos.
-Ah, eu não aguento mais... –Franco entra com as mãos na testa suada de tanto andar.
-Ah, bebê, eu também... eu...
 Os dois param sem crer no que veem.
-Otto?? –Falam ao mesmo tempo.
-Meu nome!
 O garoto está com um pote de sorvete de chocolate, sentado no sofá da sala e todo lambuzado.
-Você não tinha fugido?
-Eu? Porque eu faria isso?
 As grandes bochechas e o cabelo negro já começando a cair nos olhos, fazia uma imagem irreverente que dizia a eles que era mais esperto do que imaginavam.
-A gente achou que tivesse fugido...
 Os dois se sentam junto a ele no sofá e o menino nem aí pra nada.
-Fui comprar sorvete, mas não tinha por perto, tive que andar bastante...
-Você podia ter se perdido e...
-Que nada... –Ele corta Franco. –Eu sempre to sozinho...
-E onde arrumou dinheiro?
-Franco? –Eva fica brava com a insinuação.
-Pablo me deu.
-Porque te deu dinheiro?
-Faço coisas pra ele... –O menino lambe a pazinha do sorvete e Franco insiste.
-Que tipo de coisas?
 Otto faz uma parada. Dizer a verdade a um estranho, a um desconhecido cujas intenções são um perigo... É o que sente... O que fazer quando se está totalmente sozinho no mundo e não se pode confiar em ninguém? Afinal estava ruim, mas ainda assim o ruim lhe dava comida e casa, mas o que esperar dos rebeldes e de sua gente?

-Como é?
 Roberta já está com a mochila pronta quando recebe a ligação da mãe.
-Ok, então... Esse pirralho é doido! –Ela ri. –Tiau, beijo.
-E aí? –Diego corre os olhos nela curioso.
-E aí que ainda podemos nos divertir muito hoje!
 Roberta pula nos braços dele no mesmo minuto em pleno corredor do apartamento.
 A tarde boa e sossegada dos dois está terminando e sobre muita coisa eles foram conversando durante toda ela. Sobre a vida, sobre o futuro, sobre o curso que vão fazer e os desejos que tem.
 Ela está sentada no sofá brincando os dedos nos cabelo dele em seu colo. Os olhos de Diego já cochilam.
-Eu adorei esse apê... –Ela olha ao redor.
-É muito bonito... Pequeno mas...
-Suficiente... –Ela completa e os dois sorriem se olhando. –De quem é?
-De um amigo... Mas queria que fosse nosso...
-Como assim nosso??


<<Cap 93       Cap 95>>

Comentários

  1. Lindoo cada vez mais lindoo ...

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  2. termina de postar, por favor, to ficando lucy...

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  3. Muito bom Aline, estou ainda mais curiosa pros capítulos da Faculdade (yn'

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  4. Muito Bom Aline...Não sei nem mais oq dizer sobre vc!Vc escreve muito bem...uma historia que nos prende,nos leva pra outro mundo,nos deixa alegre mesmo quando estamos tristes...Vc é uma pessoa maravilhosa,que torna os nossos dias maravilhosos!Espero que vc continue sempre melhorando e possa ter sempre td de bom na vida e consiga realizar seu sonho,ja que todo dia vc realiza o nosso sonho de ser feliz no dia!Esperando o resto do capitulo...Beijos e parabens,ta perfeito como todos os outros!

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  5. lindo,lindo,lindo Aline!Ta simplesmete perfeito!Nao vejo a hora de ler os capitulos da faculdade...to meio assustada com isso,tudo vai mudar e tal,mas ainda assim to anciosa!Bjs

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  6. ta show parabens aline pela web novela
    e cada dia me deixando mais ansiosa estou completamente viciada no seu blog

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  7. AWN ROBERTA E DIEGO VÃO MORAR JUNTOS BEM QUE PODIA ACONTEÇER ISSO NA 3 TEMPORADA DE REBELDE SE TIVER U_U

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  8. morar juntos era tudo de bom... só amor e carinho

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