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Cap 92 -Água, sonho e prazer


“Uma lanterna, uma vela, um lampião ou até um pisca-pisca! Não importa. Quero poder iluminar sempre o seu caminho”.
 Ela sorri tristonha. De certo havia perdido algo lindo que Diego havia preparado. Ele devia estar longe, devia estar distante e pensando em todas as formas de esquecer tudo que tem.
 Ela vê outra flor sobre um espelho. Caminha até a parede perto da cozinha e retira para ver o que está escrito.
“Azar não é de quem quebra espelhos, azar é de quem acredita no que ele mostra e não vê que por trás de toda sua postura, tem a pessoa mais sensível do mundo”.
Ela suspira.
-Queria tanto que você estivesse aqui, Diego...
 Seu corpo está congelando, somente uma lágrima maldosa no canto dos olhos vem para contrastar com o frio, mas em vez de se trocar, ela continua a procurar os vestígios de Diego.
 Vai recolhendo as flores que encontra pelo apartamento e lendo os bilhetes delas. Chegando ao corredor, encontra um caminho inteiro, cada flor só tinha uma palavra escrita no bilhete que acompanhava:
“Passo”.
 E são várias com a mesma palavra. “Passo”, “Passo”, “Passo”...
 O caminho de flores dá até um quarto onde ela ao acender o abajur, nem acredita.
 Há pequenos vasinhos com flores brancas, lilases, amarelas, azuis... Todos espalhados pelo quarto, deixando um perfume discreto e inebriante. Um local lindo, todo preparado para recebê-la. Por cima da cama uma rosa vermelha se destaca e nela o último bilhete.
“Passos... Quantos for preciso, até o fim do mundo vou ao seu lado”.
 Roberta espalha os bilhetes pelo chão, olha as flores em volta, lê outra vez o que está escrito e fica assim até adormecer sobre ali, com aquele botão de rosa na mão a congelar literalmente no piso do quarto...
 Um sonho bom de estar em um passeio em um dia quente, implicando com a maneira que ele tem de rir, fugindo dele e rindo alto, como gosta de fazer. É verão outra vez e os olhos estão abertos à luz do sol em uma tarde boa no parque... Um delírio fechado e aberto em segundos...
-Ei... Acorda, por favor...
 O piscar dos olhos está difícil, mas aos poucos vai despertando.
-Você?... –Roberta sorri e volta a cerrar os olhos.
-Não, não dorme de novo. –Diego aperta aquele corpo gelado ao peito. –Que eu faço com você?
 Ele olha de um lado e outro, se levanta com Roberta nos braços colocando-a em cima da cama. Estica seus pés e retira seu tênis.
-Vai ficar doente... –E passa a mão sobre seus braços, todo corpo está frio. –Acorda vai... Por favor...
 Diego retira do guarda-roupa um edredom enorme e joga sobre a cama aos pés dela, que parece ter voltado a dormir. Havia realmente tido um dia exaustivo, mas Diego se assusta ao pensar que esteja ficando doente.
 Ao sentar ao seu lado com uma toalha em mãos, começa a retirar sua roupa.
-Vem, vamos tirar isso.
 Diego fica ao lado dela, puxa sua blusa, passando a mão sobre a pele arrepiada das suas costas e revelando os seios cobertos pelo sutiã branco. Ao descer até o short dela, ele abre um por um os botões e ao pegar delicado ao lado, desce a peça pelas pernas e despindo-a quase por completo.
-Não sei se fico feliz ou preocupado por te ver...
 O rebelde pega a toalha e começa a passar pelo corpo dela, retirando o excesso de umidade. Achega-se mais acima na cama e percorre o pescoço dela e os ombros, entre os seios, sobre a barriga, os braços e as pernas. Segura os pés dela entre as pernas os seca bem.
-Gelado... –Ele a olha enquanto esfrega os pés frios dela, tentando aquecê-la.
 Sobe sobre o seu corpo, mas não se deita nela, apenas passa a mão em seu rosto sereno, que tem uma tranquilidade, que é como se nem percebesse o que acontece.
-Não... –Ela sonha ou delira. Nesse momento ninguém sabe.
 Roberta vira de costas para ele colocando as mãos juntas em volta dos braços.
-Que eu faço? –Ele fala sozinho e coça a cabeça.
 A ver tremendo faz com que Diego retire a camisa de uma só vez e se deite ao lado dela aflito. Um abraço apertado e puxa o edredom cobrindo ambos. Se ajeita atrás recostando seu abdômen quente nas costas frias, espremendo seu corpo ao dela. Sentindo os cabelos molhados abaixo do seu queixo, aperta forte e cada vez mais, laça os braços em seu corpo, atravessando a cintura e todo o peito dela, onde o coração está calmo. E termina pousando as mãos em seu ombro.
-Roberta... Ah, minha linda...
 Diego beija o rosto dela e segura um pouco mais o seu ali, deslizando a bochecha, depois o nariz e a boca sobre aquela face adormecida. O mesmo perfume e a mesma textura, sente ao lhe fazer os carinhos.
 Madrugada a fora lá vão eles sonhando, lá vão eles para aquelas terras de papelão, cola e papier-mâché. Lá vai ele apertando-a na sensação do macio corpo afundando em seu colo... E lá vai ela afundando-se na sensação de abrigo seguro e tendo uma trava forte em seu peito impedindo que caia ao relento.

 Pouco a pouco a viagem no sono termina. Os delírios da noite vão chegando ao fim quando o corpo relaxa e se aquece até o dia clarear.
 Ela abre os olhos e se espreguiça livre.
-Ué? –Ela olha um lado e outro. Ao pensar por um momento cai no travesseiro com as mãos na testa. –Foi um sonho... Nãão! Um sonho não... Que droga!
 E aperta com força os olhos se fazendo acordar. É quando sente de leve umas mãos sobre as suas, destapando sua visão aos poucos.
-Foi? –Diego sorri. –Então sonhamos juntos...
 E com um enorme sorriso de volta, Roberta suspira um segundo se joga sobre ele envolvendo seu pescoço com os braços, fazendo com que cai para trás sendo abraçado com toda força que ela tem. Era a sensação de ser atropelado e querer morrer disso todos os dias.
 Que manhã deliciosa começa e que ternura tinha esse momento.
 Roberta fica sobre ele, beijando freneticamente seu rosto, sobre a testa, o nariz, os olhos, o queixo... Quando chega à boca, ela sorri. Abre os olhos e vê os dele. Diego parece surtar tanto, que seus dedos afundam no corpo de Roberta, ao mesmo tempo, que querem encontrar os cabelos dela, segurar seu rosto e caminhar completamente na extensão daquela imagem.
 Beijo atrás de beijo. Eles vão se virando e brincando sobre a cama com as bocas já não estão exaustas que começam a diminuir o compasso, mas sem querer parar. Diego puxa a respiração forte conforme a beija profundamente e depois lento e constante ele permanece nela. Faz leves paradas em alguns selinhos que podiam tocar-lhe a alma.
 Fica seguro sobre o rosto dela e se olham de perto. Os olhos dele vermelhos e os dela deixando escapar a lágrima que Diego recolhe do rosto dela assim que aparece. Beija o local onde a retirou e a vê sorrir.
-Que bom que voltou... –Os cachos dourados no sol caem sobre os ombros nus.
-Eu nunca fui.
-Não? –Ela faz o bico curioso.
-Eu estava no apartamento ao lado, é de um amigo meu... Tecnicamente ainda estava no prédio...
-Achou que eu não viria?... –Ela entra um carinho na nuca dele, mas Diego se revira sobre ela brincando.
-Eu tava morrendo por isso! –E provoca o sorriso. –Agora eu não vou deixar você ficar longe de mim... Nunca, nunca, nunca mais...
-Hum... –Ela envolve o pescoço de Diego com as mãos, tendo-o entre as pernas.
-Você tá com cara de sono...
-To? –Ela fecha os olhos e ri.
-E sabe o que é bom pra isso?
-Dormir.
-Não! Água!
-Ah!
 Diego agarra Roberta, levando-a para dentro do banheiro em seu colo, onde lá, o eco reproduz os risos dela que ele tanto adora.
 A felicidade brinca sob a ducha quente, sob o abraço e os deslizes das mãos. Brinca nos dedos dele e nas mordidas que a fazem fugir sorrindo. A felicidade ecoa em todo aquele lugar na malícia desejosa das mãos dela entrando onde já conhecia, mexendo nas estruturas dele, retirando a única peça que resta e deixando-o completamente nu. 
 A felicidade joga o pudor no lixo quando há motivos suficientes para olhar o outro já como um pedaço de si mesmo, tão ardente e vital.
 A visão cerra quando as mãos dele por detrás retiram o fecho, puxam a alça e descobrem a beleza dela. Nada evita que Roberta ainda sinta tremer os nervos quando ele carinhosamente desce o longo das costas até a calcinha e preso nela continua descendo arrastando-a para baixo até que só haja neles a pele sobre o espírito ou o contrário...
 Água contornando o abraço, prejudicando o fôlego. Tendo mais constância o ato de fazer amor e sendo mais real que um simples prazer. Que na vida é pra ser sem medida e com rima... Ou sem.


<<Cap 91           Cap 93>>

Comentários

  1. Aliiine , não para . To acordada só pra ler isso , é incrível . Vc escreve mt beem *--*

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  2. aline continua por favor 2 (: hehe

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  3. aline vc quer me deixar louca continua por favor posta hoje o resto do cap 92

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  4. Aline vai postar o resto ainda hj?diz quee sim!

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  5. Ai não aline, roberta doente não agora pf , eles precisam fazer as ázes DOENTE NAO.

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  6. Aline, quando vc for parar de postar na hora, tem como avisar?

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  7. VALEU ALINE!! Adorei!!! beijos!

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  8. QUE LINDO ALINE VALEU APENA ESPERAR AMEI AGORA EU VOU DORMIR PQ FALTA 7 MINUTOS PRA 3 HORAS DA MADRUGADA KKKKKKKK BJS

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  9. AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH
    SURTANDO AKI NAUM TINHA COMO SER MAIS PERFEITO.
    AGR VOU PODER DORMIR FELIZ HEHE
    BEIJUSSS
    OBS : 03:15

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  10. lindo demais Aline, parabéns.
    amei os capítulos
    posta mais

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  11. PARABÉNS AMIGA!!!
    Mais um capítulo maravilhoso, inebriante, envolvente e apaixonante...
    Agora fico aqui suspirando, e aguardando o próximo.
    Darly

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  12. Aline!! Esse cap está perfeito, maravilhoso, lindo!! (Scheila)

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  13. Aline,esse capitulo esta MARAVILHOSO,eu te admiro muito ,vc e´ muito taentosa hein!

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  14. Tá tão lindo Aline *-*! Tô amando, parabéns, você realmente manda muito bem! Ansiosa pelo próximo! :*

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  15. Aline to de novo chorando aqui em casa ta muito lindo!!!
    posta mais por favor!
    (bjs Julia)

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  16. muito lindo :D vcescreve muuito bem cara parabens

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  17. ta show continua se naum morro do coração
    diro sempre e sempre...
    parabens vc é otima e muito talentosa

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