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Cap 79- A pegada


 E começa a revolução, começa agora todos os adolescentes do colégio a não comparecerem aos exercícios obrigatórios e a não cumprir os horários. Tudo isso como parte do plano de Roberta, que já havia sido chamada na sala do diretor após todo aquele discurso. Não foi difícil que Pablo e Rodrigo ouvisse, como Diego havia avisado, mas a menina retorna ao quarto tranquila, como se nada tivesse acontecido.
 Estava sempre difícil para meninos e meninas conversarem, mas graças à sabotagem de Téo às câmeras, coisa que ainda não havia sido descoberta, Diego consegue entrar pela janela do quarto de Roberta. A menina esta se vestindo após o banho, já acaba de colocar a saia com a toalha ainda cobrindo a parte de cima, quando o vê.
-Oi! –Ela sorri e vai receber seu beijo.
-Como foi? O que aconteceu na diretoria?
 Ele senta na cama de Alice ansioso e observando Roberta. A menina senta na própria cama em frente, ainda enrolada em uma toalha enquanto seca o cabelo com outra.
-Nada.
-Como assim, nada? –Diego fica mais nervoso com a despreocupação dela.
-Nada, ele não pode fazer nada contra mim, meu pai pagou o ano todo do colégio e o Jonas nunca iria deixar ele me expulsar.
-Mas e então?
-Então, que esse “Sr. D” aí só tem pose, a gente vai detonar ele!
-A gente? –Ele interrompe.
-É.
-Nada disso, eu não vou brigar com meu pai.
-Diego!
-Não.
-Vai me deixar sozinha nessa?
-Você nem perguntou minha opinião!
-E precisava?
-Acho que sim, né? Não é minha namorada? Dividimos essas coisas!
-Tá, tá, tudo bem, tem razão... –Ela reconhece, mas para evitar briga que por qualquer outro motivo. –Mas você não pode se acovardar agora, eu preciso...
-Me acovardar? É isso que você pensa que eu sou? Um covarde?
-Claro que não! –Ela se exalta. –Que é que você tem hoje? Quer brigar comigo?
 Diego desvia o rosto buscando ficar tranquilo mesmo com toda a situação, não queria desafiar o pai, mas também não queria se desentender com Roberta. Eram raros os momentos em que podiam ficar juntos no colégio, então gastá-los com discussões não seria uma boa pedida.
-Não, eu não quero brigar... –Ele se levanta e vai até ela, sentando ao seu lado. –Eu faria isso em qualquer momento, mas eu não posso bater de frente com o velho agora.
-Mas ele ainda tá com medo por você ter estado doente, não vai fazer nada.
-Por isso mesmo... Agora que acabaram os problemas entre ele e eu, não vou arranjar mais. Eu preciso me dar bem com o meu pai, é importante pra mim que a gente fique em paz.
-Mas Diego...
-Psiu... –Ele leva o dedo ao lábio dela e impede que fale. –Deixa eu te namorar um pouco...
-Hã? Mas a gente não tava discutindo?
-Não, eu não quero mais. –Ele alisa o rosto dela. –Me deixa fingir que acabei de entrar.
-Como se não tivesse acontecendo nada? –Ela estranha, mas gosta.
-É, como se não tivesse acontecendo nada... Por favor?–Ele tira o cabelo molhado dos ombros dela onde beija calado.
 Está tão bom sentir os beijos dele na pele ainda fragilizada do banho quente, ainda úmida e exalando cheiro de sabonete, que Roberta aceita sem nem pensar que há pouco instantes estavam discutindo.
 Diego visita seus ombros e ao beijar sua boca desce as mãos maliciosas que não se atrasam muito em seguir o impulso e sem mais abrem a toalha.
 O coração dela parece parar de bater e não consegue respirar, fica inerte, sem reação até que ele puxa suas pernas para o colo e a abraça. Aperta seu corpo muito forte e beija sua boca como se fosse a última vez que fizesse, de modo exagerado, ansioso e sem medida. Completamente intenso e acelerado.
-Diego...
 Ele nem responde e mal abre os olhos, somente a beija por trás da orelha e esquenta sua nuca entre algumas mordidas e baforadas, conseguindo sentir na textura dela que já está se arrepiando.
 Os dedos dele até tentam se comportar, mas vez ou outra, com o perverso instinto agindo, acabam por deslizar mais abaixo ou afundar mais o toque nela, que quase completamente despida se agarra de olhos fechados sem crer no que acontece. Afundando seu jeito nu ao peito dele, com o poder de fazer com que sentisse sua intensidade mesmo sobre a camisa. Os botões já marcam seu corpo de tanto que ele a aperta e respirar... Bom, ela nem lembra o que significa isso...
 Diego encontra novos caminhos ao descer por ela com todo desejo que possui ainda da noite perdida, além de todos os dias e todas as horas em que Roberta não saía de sua mente. Um desejo constante que crescia, sem importar quantas vezes pudesse estar com ela, queria sempre outra vez e com mais vontade.
 Ambos sabem que devem se deter pelo simples fato de estarem no colégio e em pleno dia, mas ainda ficam mais tempo até que a porta abre e fecha na mesma hora e os interrompe.
-Você viu isso? –Ela o olha muito espantada.
 Diego corre sem sequer piscar, bate a porta e segue à procura de quem tivesse entrado. Enquanto isso, Roberta já está há tempos com a toalha reposta, como se houvesse feito por reflexo.
 Ainda no susto, ela somente leva a mão à testa e escorre até boca, ainda de queixo caído e olhos pasmados. Está tonta, os lábios vermelhos. Lambe os detalhes da passagem de Diego por eles e vê que foi real. Não sabe se pensa em quem seria que havia entrado ali ou se tenta se recuperar da pegada com a qual o namorado havia bambeado suas pernas.
Diego vai pelos corredores e vê alguém correr muito rápido virando à esquerda.
-Ei, espera!
 O rebelde não percebe quem poderia ser, mas se apressa indo atrás até que ouve uma porta bater. A pessoa havia passado pela sala de estar e deixado Diego ainda mais perdido.
-Quem foi que passou aqui? Viu pra onde foi? –Diego cerca duas meninas do primeiro ano.
-Não sei, eu não vi. –Uma delas responde. –Acho que foi pra fora!
 Ele corre de novo, desta vez para fora do colégio, mas não vê ninguém, até que avista uma sombra passando atrás dos arbustos que dá ao quarto 16. Não tem dúvida que a pessoa, fosse quem fosse, estaria indo para lá.
-Diego! –Ele ouve alguém lhe chamar e ao virar, vê Rodrigo.
-Não posso falar, eu to meio com pressa.
-E por quê?
-Eu... Eu... –Ele não lembra nenhuma desculpa. –Eu tenho que dar um recado ao Pedro, sobre as matérias que ele perdeu, é urgente.
-Ah, sim. Eu vim te avisar que seu pai está te esperando na diretoria, ele quer falar com você. Faça o que tem que fazer e retorne em cinco minutos.
-Ok.
 Diego respira aliviado quando ele vai embora. Rodrigo é o monitor mais chato que já existiu no Elite Way, muito mais sério e mandão que Pablo. Estranho que tivessem mudado tanto desde o cruzeiro, onde eram tão simpáticos. “Nem pensei que sentiria saudade do Pingo” era o que ele pensava enquanto corria até o quarto. Só espera que a pessoa não tenha desviado para outro lugar. Precisa dizer a quem seja que não conte nada que viu.
  Quando, de supetão, escancara a porta do quarto 16, ele leva um susto. Olha para as caras de paisagem dos presentes, sem saber, a princípio, o que dizer.
 Estão de pé, alguns de braços cruzados, outros somente com uma cara estranha, meio apavorada. Começando por Carla ao lado de Pablo, depois Vitória e Téo.
 -O que fazem aqui?
-Eu nada. –Carla adianta.
-Nem eu.
-Eu muito menos. –Téo completa Vitória.
-Bom. –Pablo faz pose. –Eu não tenho que dar satisfações.
-Mas vocês?... –Diego não sabe o que perguntar ou como perguntar.
 Os quatro já estavam saindo e ele ainda não sabia quem havia entrado no quarto quando estava com Roberta.
-A gente?... –Carla espera o complemento.
-Entrou mais alguém aqui? –Ele arrisca.
-Claro.
-Quem Vitória?
-Você né Diego!
 E todos vão saindo um por um deixando o rebelde coçando a cabeça, muito confuso. Como saber qual deles havia entrado no quarto? Será que havia sido um deles?
 E assim que retorna vai direto ao seu quarto e se joga na cama. Pedro entra em seguida e repara na imagem perdida do amigo.
-Que foi Diego?
-Nada. –Havia copiado de Roberta. –É que aconteceu uma parada.
-E você vai me contar ou vou ter que implorar?
-Não sei se eu posso te contar.
-Por quê?
-Porque você tá muito estranho.
-Eu? –Ele olha o amigo esparramado na cama a evita-lo.
-Sim, além do mais é muito íntimo.
-Roberta, né?
-É.
-Pegaram vocês?
-Como sabe? –Diego levanta depressa.
-Ué, pela sua cara...
 Pedro está tranquilo, o que faz o amigo acreditar que não tenha sido ele.
-Sabe quando você não consegue segurar a onda? Eu amo muito ela e tá cada dia mais difícil aguentar esse “regime militar”, tanto aqui quanto lá fora.
-Mas você não gostou muito da ideia dela né? De revolução.
-Não, mas isso não é o pior.
-E o que é pior?
-Se ela seguir nisso, eu vou ser contra.

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Comentários

  1. muito show vc tem muito talento, to ansiosa pra saber quem é que viu e se o diego vai ficar mesmo contra roberta e essa historia de vc dizer que vai assustar a gente um pouquinho vai começar por ai?

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  2. Lindo!!!Mto Perfeito esse capítulo...

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  3. Aiiiiiiiiii
    Assim meu pobre coração não aguenta.....

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  4. Maisssssssssssssssss
    MARAVILHOSOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
    vc escreve PERFEITAMENTE'

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  5. muito legal parabens.estou fazendo de tudo para a margareth ler.
    e pra mim e bom quando vc posta sem hora e data certa sabe,sempre quando pode.

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  6. Que pegada tem esse Diego hein? Amo!!!Tá perfeito. (Scheila)

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  7. Não me canso de dizer o quanto você escreve bem, cada capítulo faz com a gente tenha mais curiosidade e ansiedade para ler o próximo! Parabéns Aline ;D

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  8. caracas
    muitos parabens pra vc
    escrevendo cada capítulo superhipermegabeem
    creio que quando vc crescer irá ser autora de vários e grandes livros...

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