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Cap 72- Remédio pra amor


 Os irmãos ficam loucos ao ver que muitos alunos estavam fora de seus quartos, brincando de fantasmas com os lençóis da cama. Eles saem correndo rumo aos corredores para impedi-los, mas ao chegar lá não encontram nada. Entram em um dos quartos onde saem correndo sem graça, com o grito de Juju, que aparentemente dormia quando eles empurraram violentamente a porta.
-Vamos saiam! –Pablo grita no corredor masculino. –Sabemos o que vocês estão fazendo!
-Que gritaria é essa? –Tomás surge na porta esfregando os olhos.
-Nós vimos vocês pelas câmeras, andando cobertos por lençóis.
-Tá louco cara? –O rebelde boceja enquanto responde a Rodrigo. –Eu tava tendo um sonho tão bom e vocês começam a gritar?
 Os rapazes ficam confusos e com mais duas palavras deixam Tomás voltar para o quarto. Voltam para a sala das câmeras e novamente estão eles, vestidos com lençóis entrando de um quarto no outro sem parar.
-Eles fizeram vocês dois de bobos. –Um dos rapazes que estavam vigiando as câmeras os avisa. –Entraram nos quartos assim que vocês chegaram lá!
-Ah, é? –Rodrigo ri da ingenuidade dos garotos. –Deixa as câmeras ligadas, vamos todos lá atrás deles...
-Todos? –Pablo o chama. –Ninguém vai ficar aqui pra vigiar não?
-Aqui não precisa, vamos! Eu quero pegar eles de surpresa.

 Pablo e Rodrigo então saem acompanhados dos vigilantes que deixam o posto para ajudá-los a pegar os alunos que estavam fazendo essa brincadeira. Mal sabem eles que assim que deixam o local sozinho eis que Téo age.
 Entrando na sala das câmeras com um notebook, ele se prepara para começar o plano dos rebeldes que havia sido discutido no quarto, na noite anterior. Tremendo feito uma “vara verde” ele começa a dar um jeito nos equipamentos de filmagens e então as câmeras parariam de filmar e na tela da vigilância apareceriam somente imagens antigas que se repetiriam dia após dia, possibilitando que os alunos pudessem andar tranquilamente sem que houvesse uma só câmera realmente vigiando.
 O plano era perfeito, exceto na parte do tempo. Téo era inteligente o suficiente para fazer isso, mas necessitava de algum tempo, então era preciso que todos colaborassem para que os monitores não voltassem antes que ele tivesse terminado. Eles não podiam perceber que Téo havia alterado as câmeras ou se não tudo iria por água a baixo.

-Olha lá eles... –Rodrigo cochicha com o irmão e com os vigilantes na virada do corredor masculino. –Vamos atrás deles!
 Os fantasminhas saem correndo como se tivessem vindo cachorros bravos atrás deles, dão a volta no corredor, descem as escadas e confundem os vigilantes ao rodar por todo o canto. Deixam Pablo e Rodrigo completamente tontos, os fazendo bater no sofá, tropeçar um no pé do outro terminando exaustos. Assim que sem fôlego algum eles param encontram os vigilantes que também não haviam visto os alunos.
-Algum problema? –Vitória aparece com um copo de leite na mão acompanhada de Juju e Maria. Ambas de pijama curto, o que deixa os rapazes sem graça.
-Ah, meninas? O que fazem aqui? E de camisola? –Pablo começa.
-Ué, acha que meninas usam o que pra dormir?
-Quieta Maria! –Vitória a corrige. -É que nós escutamos um barulho e perdemos o sono, resolvemos beber um pouco de leite pra ver se conseguíamos dormir.
-É... –Juju ajuda. –Por acaso eram vocês que estavam fazendo essa baderna?
-Não... Quer dizer... Alunos vestidos com lençóis, muitos alunos correndo pelos corredores. –Pablo as olha, desconfiado. –Vocês não viram?
-Vi, eles foram pra cozinha...
-Que cozinha, Maria! Eles foram pro salão nobre!
-Ah, não Vitória... Eu acho que eles foram se esconder na lavanderia... –Juju termina de confundir tudo e Rodrigo se irrita.
-Mas vocês podiam se decidir né!
-Olha, a gente acha que eles estão se escondendo até vocês irem embora... –Maria é muito malandra.
-Ah, mas nós não vamos tão cedo! Vamos procurar nesses lugares onde vocês falaram, pedacinho por pedacinho.
-Tá bom! –As meninas são rápidas e alegres em responder.
 Pablo e Rodrigo, acompanhado dos três seguranças, resolvem então procurar os tais fantasmas, enquanto que as meninas sobem as escadas, em pulinhos, fazendo charme até os quartos.

 Roberta as cerca assim que as vê.
-E cadê os outros?
-Estão escondidos no banheiro. –Vitória dá as notícias. –Jogaram os lençóis pela janela como foi combinado e um por um vão voltar pros quartos...
-Eles não desconfiaram de nada? Não pegaram ninguém, né? –Roberta quer ter certeza.
-Não e se pegarem vão dizer que estavam no banheiro ou como nós, tomando um leite.
-Eu vim pela janela... Tudo tá valendo se for pra dar certo...
 Satisfeita, Roberta as deixa para voltar ao quarto. Fica na espera de uma mensagem de Téo que confirme que deu tudo certo e que os garotos não precisariam enrolar os monitores. Ela faz a curva no corredor olhando para trás e bate o ombro no peito de Diego que a segura.
-Cuidado... –Ele a ajuda a se firmar.
 Roberta não fala nada, mas fica com um sorriso temeroso. Ainda não o tinha visto desde a conversa com os pais na diretoria, depois de ter lhe entregado o diário, que com certeza, ele já havia lido. Talvez isso fosse o que lhe deixava travada nesse momento em que nos braços dele, tem ambos, os olhos tão próximos.
-Que foi? –Diego quebra o silêncio.
-Nada, nada... –Ela se recompõe se afastando um pouco. –Você saiu rápido!
-É, eu saí de fininho... –Ele não leva o assunto à frente. –Roberta, eu queria te dizer que eu...
-Ai que bom que eu achei vocês! –Alice chega feito louca. –Anda, vem que o Rodrigo tá vindo nessa direção!
 Os três assustados correm para o quarto de Roberta e Alice. As meninas entram debaixo do edredom e Diego se esconde no armário.
 O colégio vai ficando silencioso e os três não ouvem ninguém se aproximar em pelo menos 10 minutos que estavam ali. Roberta vê a luz do celular acender no criado ao lado da cama.
-Mensagem do Téo!
-O que ele diz.
-Plano concluído! –Ela senta na cama eufórica.
-Ai, que bom, então não corremos risco de verem que o Diego entrou no nosso quarto, né?
-Ah, é! Diego! Pode sair do banheiro! –Roberta grita.
-Barra limpa?
-Limpíssima!
-Ufa... Até que enfim... –Ele caminha e senta na beira da cama dela.
-Agora você já pode ir, tá?
-Ah, deixa de ser chata, Alice! –Diego reclama. –Eu só quero dar um beijinho na minha namorada...
 E dizendo isso ele vai se deitando sobre o edredom e sobre os lábios dela.
-Ei! Eu to vendo!
-Então fecha os olhos... –Roberta nem abre os olhos para responder a Alice.
  E com Roberta deitada debaixo do edredom, Diego se apoia entre os ombros dela recebendo um abraço quente, apertado e resmungão. Um cheirinho no pescoço e uma leve mordida risonha antes do boa noite e eles se alegram por ter nem que por um minuto, um pouco do outro para levar no sono daquela noite tão louca.

 Durante aquela noite todos dormem muito mais tranquilos, todos exceto os monitores que acordam exaustos de tanto procurar os alunos pela noite e madrugada. Mas os rebeldes haviam planejado bem as coisas e a ideia dos fantasmas foi realmente boa para distrai-los enquanto Téo manipulava as câmeras.

 Logo após os exercícios da manhã, Diego volta para o quarto acompanhado de Tomás que, para variar, estava reclamando como nunca.
-Deixa de ser verme moleque...
-Então, vai me dizer você tá gostando de ser soldadinho?
-Não, dessa ditadura não, mas de exercícios eu gosto, é bom pra dar músculos, energia!
-Que papinho chato... –Tomás senta na cadeira acabado.
 Diego retira a blusa para tomar banho quando seu celular toca.
-Ué... Meu pai me ligando... –Ele observa antes de atender. –Alô...
 Diego conversa com Leonardo sob a vigilância curiosa de Tomás que logo após os 3 minutos que no máximo deve ter durado a ligação, começa as perguntas.
-E aí? O que houve?
-Meus exames... –Diego fica sem lugar.
-Mas não iam ficar prontos no fim do mês?
-O prazo era de um mês, não tinha data certa, podia ficar pronto rápido ou demorar... –Ele senta na cama frente ao amigo. –Meu pai vai me buscar pra gente ir ao hospital pegar os resultados.
-Ué, porque ele não pegou?
-Porque a gente combinou de ver juntos, o resultado.
-E você vai avisar a Roberta? –Tomás fica atendo no pensamento do amigo.
-Não.
-Por quê?
-Vamos ser só eu, meu pai e a Sílvia. Depois que eu souber o que deu nos exames, eu mesmo quero contar pra Roberta. Não quero que ela receba uma notícia ruim assim de qualquer jeito.
-Deixa disso, Diego! Não vai ter notícia ruim não.
-Mas eu quero garantir que se tiver eu possa preparar a Roberta, não quero que ela sofra por mim.
-Aí já é pedir muito. –Tomás observa.
-Por quê?
-Porque quando a gente gosta a gente sofre. Não inventaram remédio pra amor ainda...


Comentários

  1. ADOREII ALINE OTIMO COMO SEMPRE

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  2. KKKKKKKKK, muito bom!
    Imaginei a cena toda :)
    Parabéns

    Aline Nascimento

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  3. Ameiiiii, quando vc vai postar o resto do 72?

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  4. que lindo... rindo com os fantasmas, ideia genial, quero mt saber o que o arthur vai falar para a roberta sobre o diário e espero que ele não tenha nada de grave com sua saúde... não quero que ele nem a roberta sofram... bjs amo a sua web

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  5. Aline,só elogios !
    eu sorrindo como uma besta aqui, imaginando os fantasminhas correndo por aí, e os dois pagando de lerdos atrás deles! rsrsr
    Bom Demais!
    'Mariin Aguiar

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  6. Aiii que fofo! Posta mais Aline !

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  7. aiiiiiiiiiiii quero mais, quero mais, quero mais......
    #amoessaweb
    Para de ser tão boa, eu to viciada

    Darly

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  8. Ai Aline, fiquei com o coração apertado por causa do Diego!! Não deixe eles separados não!!! (Scheila)

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  9. Quero maisssssssssssss, to sem palavras pra descrever o q eu achei, só sei q é mt bommmmmmmmmmmmmm, quando vc vai postar o 73?

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  10. postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa pfffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffff ooooooooooooooooooo 777777777777777777333333333333333333333333333333333333

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  11. alineeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee.quando vc vai postar o 73??????posta logo por favor!!!!

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