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Cap 58- Sumiços


-Roberta? -Diego entra no quarto no exato momento em que ela já nem se lembra onde está.
-Oi! –Ela sorri para ele, fechando rapidamente a agenda e colocando debaixo do travesseiro. O modo é tão sutil que ele nem desconfia de nada.
-Porque tá aqui sozinha? -Ele se senta de frente e puxa o pé que ela tinha encolhido, fazendo dele um brinquedo enquanto Roberta fala.
-Ah... Eu decidi descansar um pouco... –Roberta não acha que deva contar sobre o diário, ao menos não naquele momento. –Eu fiquei cansada da Alice atrás de mim...
-E você contou pra ela que você vai ficar aqui comigo? –Diego vai massageando o pé dela, distraído.
-Contei.
-E contou que...
-Claro que não... –Roberta é séria. –Mas isso é óbvio que ela entendeu... Essas coisas não dá pra fingir pra ela, afinal nós convivemos diariamente.
-E ela?
-É uma chata! Quer saber tudo! –Roberta enfatiza e Diego ri.
-Ela só tá curiosa.
-Ah, não vai dizer que você entende essa enxerida?
-A Alice não é enxerida, só curiosa... –Ele explica. –
 Os olhos risonhos observam o bico manhoso se formar nos lábios de Roberta.
-Ela é uma chata! Você não tem nada que defender a Alice e...
 Diego não permite que ela termine ao entrar em uma exploração ao interior da boca dela, em um mergulho aquecido pela marra e pela ardência da presença dele a aumentar cada vez mais nela ao se aprofundar.
 Roberta faz muita força para afastá-lo e fazer birra, mas no fundo estava adorando toda aquela cena.
-Você acha que eu devo tá muito apaixonada, né?
-Claro que eu acho! –Ele volta a rir.
-Você tá muito metido, sabia?
-E você tá uma delícia, sabia? –Ele faz vai chegando, firmando os braços no colchão, cada um de um lado, como a cercá-la.
 O rosto dela virado para algo inexistente no canto esquerdo da cama, tem os olhos em tons irritados, caracterizados pela sobrancelha abaixada que mostra insatisfação. Mas é só Diego começar a distribuir beijos por seu pescoço lentamente que nenhum autocontrole, por mais treinado que houvesse sido, sobrevive.
 Ele vai deitando sobre ela com um beijo que vai amolecendo todo o seu corpo, fazendo o estômago obter borboletas, mariposas e até passarinhos de cada suspiro que a boca ocupada não pode soltar...

 Do outro lado do navio, Alice morde a ponta dos óculos escuros enquanto olha para o horizonte sentada em uma das mesas perto da piscina. Talvez a mesma em que esteve com Roberta há poucas horas.
-Oi... –Carla chega um pouco desanimada e se senta ao lado.
A mesa tem somente um suco de maçã que Alice mal havia tocado.
-Você acha que a Roberta tá diferente?
-Diferente como?
-Não sei... Mais mulher?
-Não... Acho que ela continua parecendo ter 17 anos... –Carla cruza os braços, não parecia estar interessada no assunto.
-E o Diego? Você acha que ele tá diferente?
-Alice, porque todo esse papo? Eu não to entendendo a finalidade disso!
-Ai, Carla, desculpa! Mas o que você tem?
-A data do concurso foi adiantada e eu não vou ter tempo de ensaiar!
-Jura? –Alice ouve atenta as explicações de Carla. Tudo que a menina diz acaba a distraindo por algum tempo.
-Mas sabe o que mais? –Carla resolve não sofrer. -Eu não vou ficar me lamentando, vou aproveitar o tempo que me resta dessas férias pra curtir! E vamos mudar de assunto.
-Claro, você tá certa... –E no fim a curiosidade parece mais forte que ela. –Aqueles dois viu...
-Que dois? –Carla nem se lembra mais.
-Quem mais? Roberta e Diego!
-Ah, não Alice, fala de uma vez então o que você tanto estava pensando quando eu cheguei, vai!
-A Roberta se mudou pro quarto dele... –O tom baixo e a maneira como ela debruça na mesa para falar, denota fofoca.
-Sério? –Carla se surpreende. –Isso quer dizer que eles...
-Isso mesmo! –Alice volta o corpo para trás. –Eles deram aquele passo!
-Mas e o que a gente tem com isso? –Ela pensa.
-Como o que a gente tem com isso? Você não pensa em dar esse passo?
-Bom... –Carla fica com um sorriso escondido. –Penso, mas não sei se to pronta.
-Nem eu... Eu tenho medo. –Ela morde a unha do polegar direito. –Queria que a Roberta falasse comigo, mas ela preferiu fazer um diário!
-E você ficou com inveja, né?
-Da Roberta?
-Não, do diário! –Carla ri. –Você queria ser ele!
-Ha, ha, ha... –A menina não acha graça. –Vai dizer que você não queria saber como é?
-Ah... –Ela imagina. –Sexo pra mim é igual a dança de salão, você aprende com o seu parceiro e ele com você!
-como você sabe?
-Não sei! Mas acredito que teoria não adianta muito na prática. Acho que a experiência pode ensinar mais... Mas também é preciso coragem e cuidado!
-É, nem tudo são flores né?...
-Até tem flores, mas também tem espinhos... Uma gravidez precoce, uma doença, um arrependimento de não ter sido com a pessoa certa, enfim...
-Tá, a gente vai ter a nossa hora...
-Como tudo na vida! Nossa... –Carla balança a cabeça.
-Que foi?
-É muita frase feita pra um dia só! Vamos mudar de assunto de novo?

 E as meninas seguem nessa conversa por boa parte da tarde, nem se dando conta da falta de Pedro desde o começo da manhã. A namorada tão preocupada com coisas que não lhe diziam respeito acaba se esquecendo de uma parte muito importante do que havia em seus planos.
 Na verdade a gente sempre acaba perdendo um pouco da nossa vida ao viver demais a dos outros. Isso também acontece quando os sonhos se tornam a vivência e não parte da realidade. Fantasia é bom, é um mundo em que tudo pode acontecer, mas também é um mundo que a gente não sobrevive por simplesmente termos essa concretude de seres físicos e não só espirituais. Temos contas a pagar e palavras para explicar... Não que isso tenha alguma importância...

 No quarto de Diego, agora também o de Roberta, há um namoro gostoso que sobre a cama tem um intervalo.
-Vou tomar um banho pra gente ir almoçar... –Ele está por cima dela. –Vem comigo?
 O convite é tentador, mas Roberta se obriga a recusar.
-Vai na frente, eu vou depois...
-Tem certeza?
 O olhar dele a hipnotizava, o convite a deixava sem ar, mas estava ansiosa para algo que havia deixado em secreto.
-Tenho, eu...
-Tudo bem... –Diego não insiste. Qualquer coisa é só aparecer, que eu não vou me importar nem um pouco... –E com mais um beijo ele se despede.
 Assim que ele se levanta e entra no banheiro, Roberta retira o diário que havia sobrevivido debaixo do travesseiro e recomeça de onde havia parado.

“O Diego sempre mexeu comigo, sempre me deixou desnorteada apenas ao me olhar... Mas tudo isso era incosciente e agora não!... Ele tá aprendendo a me enlouquecer, e de propósito...”
 Roberta pensa enquanto os olhos ficam longe, está de volta aos sonhos mais reais que já haviam lhe ocorrido. Batia com anciedade a caneta no queixo enquanto recordava. Parecia buscar um jeito quase impossível de explicar tudo que havia sentido na noite anterior.
 Deita de um lado, de outro e fica assim, “hiperativa” com o diário em mãos.
“Ele descobriu o que eu gosto e eu também sei do que ele gosta.” –Ela ri enquanto escreve olhando para a porta.
“Ele estava me abraçando e me beijava muito, eu que estava quase nua. Quase, por causa da lingerie. Tal lingerie que por acaso, é uma das coisas que percebi que ele gosta, pois olhava muito, quase de um jeito compulsivo, e passava as mãos no meu corpo sem retirá-la. Eu ainda fico estremecida quando ele faz isso. Digo... Quando me toca desse jeito. Ainda aperto os olhos e agarro o pescoço dele quando sinto que já não tenho nenhuma posse sobre mim. Isso me assuta, sabe? Ser de alguém, não sei... Acho que sempre fui muito dona de mim e pela primeira vez deixo que alguém se aproxime tanto. Mas a verdade é que não me arrependendo um segundo que seja. Os braços dele são o melhor lugar do mundo.”

 Por um momento, Roberta retira novamente os olhos do papel e se volta à porta. A realidade do que mais ama está muito perto. Começa a se lembrar do convite dele: “Se quiser é só aparecer”...   –Que tentaçããão! –Ela dá um soco no diário enquanto imagina Diego do outro lado da parede à sua frente, tomando seu banho. Com certeza a água bem morna já havia embaçado todo o lugar e o deixado submerso em uma nuvem de vapor.
-Quer saber? –Roberta levanta e escondendo o pequeno caderninho negro sob o travesseiro, ela segue até a porta onde dava entrada para o chuveiro. Dá um sorriso de pura malícia ao abrir uma pequena fresta ao espiar lá dentro.
 Tudo tão calado, era somente o som da água caindo e uma decisão...





 -Acho que eles esqueceram do almoço... –Carla dá uma colherada na comida, observando o restaurante lotado e barulhento daquela tarde.
-Vem cá, eles tão aonde?
-Não faço idéia, Tomás... –Alice tem uma forma preocupada de falar.
-Roberta... Diego... Pedro... –Carla contabiliza. –Ninguém aparece!
-O que me preocupa é o Pedro, porque o casalzinho a gente já imagina, não se largam mesmo!
-Como você não sabe pra onde ele foi? –Tomás eleva as mãos sobre a mesa.
-Eu não sou mãe dele, tá!
-Mas é namorada!
-E você por acaso sabe onde a Carla está 24 horas por dia?
-Sei!
-Duvido!
-Ei, ei, ei! Que isso gente?! –Carla interfere na briga. –Não é hora, nem lugar para brigar!
 Alice cruza os braços emburrada e Tomás a imita.
-Eu só acho...
-Você não acha nada, Tomás! -Carla fica irritada. –E a gente vai encontrar o Pedro mais cedo ou mais tarde!
-A última vez que eu vi ele, foi no cassino, depois disso não vi mais. –Tomás informa de canto.
-É melhor eu ir atrás dele! –Alice se decide. –Eu não vou ficar de braços cruzados esperando ele aparecer.
 E ao sair ela deixa os amigos preocupados.
-Eu vou ajudar.
-É sério isso, Carlinha? –Tomás acha uma idiotice. Afinal ele deveria estar por aí, o navio é tão grande.
-Muito sério! –Ela o olha repreensiva. –São nossos amigos, anda!
 E levantando, os dois seguem atrás de Alice. Juntos eles checam todos os lugares possíveis, mas não veem nem sinal de Pedro em lugar nenhum, o que vai deixando a namorada ainda mais nervosa.
 Ele não poderia ter sumido, afinal estavam em alto mar. A não ser que ele tivesse pego um bote ou ido à nado para outro lugar!
-Boa tarde. –Alice chega, com Carla e Tomás à porta do cassino, pelo qual já haviam passado à procura de Pedro.
–Nós viemos pedir uma informação, é urgente! Nós não encontramos o meu namorado! Não tem como você olhar no sitema e ver o horário que ele esteve aqui?
 A atendente miúda, de traços simpáticos, com seu grande coqui na cabeça e terninho beje, checa no computador o nome “Pedro Costa”.
-Me desculpe, mas não temos esse nome em nossos registros.
-Como não tem? –Alice vai se aflingindo.
-Talvez seja porque somos menores! –Tomás a puxa de canto e depois se volta a atendende que desconfia. –Você poderia olhar “Tomás Campos Sales”? Sou eu, eu estava com ele.
-“Tomás... –Ela verifica. –Sim, do senhor temos quatro registros de entrada.
-E do Pedro, nada? Como?
-Desculpem, tentei olhar na recepção.
 Eles deixam o cassino, confusos. Caminham rapidamente até a recepção onde com certeza acreditavam poder esclarecer tudo.
-Não. Não temos registros de nenhum “Pedro Costa” embarcado neste cruzeiro.
 Boquiabertos eles se olham e não conseguem entender o que havia sido dito pelo senhor que checa à lista de passageiros.
-Como assim? Ele embarcou com a gente! O senhor não viu ele com a gente todos esses dias?
-Passam dezenas de pessoas a toda hora, eu não tenho como me lembrar. Infelizmente não podemos fazer nada, mas pode ter algo de errado com o registro dele. Quando ele aparecer, porque não se preocupem, deve estar por aí se divertindo, afinal, são tantas as opções. –O homem tenta vender seu produto mesmo nessa hora. –Peçam a ele para vir até aqui com a documentação em mãos e tudo se ajeitará.
 Cabisbaixa, Alice fica sem saber para onde ir, mas os amigos apoiam.
-Não se preocupe Alice, ele tem razão, o Pedro deve estar em um dos mil lugares onde a gente não olhou.
-Tomara...
-Vai ver que sim, a Carla tem razão. A gente preocupado e aposto que ele tá de farra em algum lugar!
-Tomás! –Carla o corrige.
-Ué! Mas é verdade!

 E quando a gente não sabe, fica tudo mais difícil. Mesmo que doa muito saber, a verdade é uma só enquanto as suposições são muitas... O que torna a falta de informações uma fonte de tristeza, raiva e angústia ainda maior.

 O dia termina e ninguém tem sinal de Pedro, muito menos de Roberta e Diego. Depois da ida à recepção eles não se encontraram mais. Pedro gerava preocupações, visto que não havia aparecido no quarto que estava dividindo com Tomás. Enquanto a Diego e Roberta? Bom... Talvez tenham somente almoçado no quarto ou simplesmente acabaram se desencontrando dos amigos, ou quem sabe ainda tinham algo muito mais interessante que fazer...

 Diego espreguiça sobre a cama. Já é dia e o sol entra pela pequena janela arredondada. Ele olha à esquerda e a vê dormindo sobre seu ombro. Diego pode sentir o calor da respiração dela abaixo do pescoço, o cabelo bagunçado, os ombros descobertos, o rosto sem maquiagem e nenhum traço de expressão. Roberta ainda tinha a capacidade de ficar bonita assim, mas de outro jeito parecia diferente dormindo. Talvez todos fiquemos-Pensava ele- Mas era diferente, de um jeito que talvez mais ninguém pudesse entender.
 Ao deslizar o polegar sobre o canto da boca dela, em um carinho quase imperceptível, Diego percebe algo estranho aparecer debaixo do travesseiro.
-Que é isso?



Comentários

  1. Garanto!
    Não só a Alice tá com inveja....Do diário,é claro!

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  2. con cada capitulo superas el anterior, gracias Aline!! eres una escritora fabulosa

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  3. Aline!!! se o rascunho já está assim hein?!! rsrsrs. Você se supera a cada dia!!! (Scheila)

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  4. quando é que vc vai postar o 59???
    estou muito anciosa e curiosa!!!

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  5. amei esse, posta hj o 59 pfffffffffffffffffff

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  6. quero oo 59 too amando primeira vez q vim neste blog agora n saio maiis eu li td ontem possstttaaa!!!

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  7. A Alice TÁ É COM INVEJA... AGORA DEPENDE DE QUE KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

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  8. Aline quando vc vai postar o resto tô PIRANDOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  9. Usei a wifi da faculdade p postar ontem, só hoje vi que não tinha dado certo... >< vou postar agora

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  10. Essas partes românticas deles estão pra lá de demais!!!!! Suspirandooooooo (Scheila)

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  11. Nem digo mais nada viu D. Aline!!!
    A minha lista de elogios acabou... Vou começar a pesquisar alguns para as próximas postagens ;)
    E esse romantismo deles? Existe coisa mais fofa?
    Acho que não rsrsrsrs


    Aline Nascimento

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  12. O DIEGOOO VAI LER??ELA VAI ACORDAR E PEGAR???
    SERÁÁÁÁÁ?
    NAO PERCA O PROXIMO CAPITULO, NESTE MESMO SITE E O HORARIO INDEFINIDO
    hahaha

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  13. ai gente, será q ele vai ver o diário?? uuuurrr, q anciedade viu!

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  14. Amei, ele vai ler o diário? to ansiosa para o 59!

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  15. to amando essa web, posta mais POR FAVORRRRR

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  16. Posta logoo a parti 59 to curiosaa
    Amei seu blog muitoo legal
    viciei nesse blog

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  17. Olha o wi-fi da faculdade da Aline sendo chato!!!
    Seu chato,era 1 capitulo só!
    kkkkkk
    status:Esperando próximo cap. e amandooo!!!

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  18. Este comentário foi removido pelo autor.

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  19. Aaaaaahhhh Açine quer nos matar de curiosidades? Estou amando ta ficando cada vez melhor, own posta mais!!!

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  20. VC É OTIMA FICO ATE A MADRUGADA LENDO PARABÉNS !!

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