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Cap 55- Desequilíbrios

 Amar os defeitos, tanto quanto as qualidades, eis o desafio de provar o que é real. Façamos o teste e vejamos se isso que é falado tantas vezes ao dia em todo o mundo, até mesmo para um objeto inanimado, é de fato, sentido. Sabemos realmente o que é o amor?
 Ninguém é composto só de beleza, todos temos nossas faces e nossas fazes feias. Quem tem por nós o maior dos sentimentos que já existiu, abraçará o nosso todo, e mesmo que nesse abraço alguns de nossos arames farpados deixe alguns arranhões, se é verdadeiro o que sente, não irá nos soltar... Irá suportar as nossas formas tristes e nossas malícias, por simplesmente ter esse sentimento em algum canto, guardado, mesmo que não saiba ou não admita. Do mesmo modo que, vez ou sempre, seremos da mesma maneira.

 Tomás e Pedro desistem de se entender com as meninas. Foram ignorados toda manhã e ficando cansados de tentar uma reconciliação, eles voltam a algo do qual já estavam sentindo falta.
-Cassino... -Pedro contempla a bela porta com vidros claros e de madeira muito bem envernizada.
 O cheiro do dinheiro estava pairando no ar e o velho Bartolomeu parecia estar esperando por eles.
-Vieram brincar mais um pouco, garotos?
-Será que o senhor podia nos ajudar a entrar outra vez?
 E com um jeito nem um pouco confiável o velho passa a mão pela careca e puxa o terno que mal fecha. Aquele tamanho todo não ajudava... Balança a cabeça de modo sutil, mas dá a entender que tinham novamente passe livre.
 Os rebeldes passam o dia todo separados, e ao cair da tarde Diego praticamente arrasta os garotos de volta para a cabine.
-Não acredito que deixamos você nos convencer! -Pedro se atira na cama assim que a porta é aberta.
-Vocês jogaram a tarde toda! Esqueceram da festa de hoje?
-Ah, e quem disse que eu quero ir nessa festa?
-Nem eu... -Tomás concorda com o amigo e se joga na cama ao lado. Fica somente Diego de pé no meio deles.
-Ah, não vão, é? -Diego olha repreensivo para eles. -Vão deixar a Carla e a Alice dançar com o Pablo e com o Rodrigo?
 Tomás levanta rápido.
-Claro que não! Mas elas vão? Como você sabe?
-Porque eu perguntei, ué!
-Então a gente vai... -Pedro decide. -Mas as meninas, hein, vou te falar! Mulher deixa qualquer um doido!
-Isso é verdade... -O rebelde admite.
-Ué Diego! Você e a Roberta também...?
-A gente brigou... -Diego tenta não se aprofundar no assunto e se põe a observar a cabine. Ela não lembrava os quartos do Elite Way, era mais simples, mas se não fosse pela janela arredondada e pequena entre as duas camas, não se lembrariam de que estavam em um navio.
-Porque elas tem que ser tão complicadas? -Tomás retira a camisa enquanto anda pelo quarto.
-E cabeça-dura como a Alice?
-Ah, Pedro, isso não é nada perto da teimosia da Carla!
-Tá bom! -Diego faz graça mostrando não concordar. -Quer que eu apresente Roberta Messi pra vocês?... Selvagem que nem uma pantera!
-Mulheres... -Pedro suspira.
-Teimosas, impulsivas...
-E imprevisíveis! -Tomás completa a frase de Diego.
 Os meninos engrenam assim uma divertida e tensa conversa enquanto se arrumam para a festa. Eles nem imaginam que, não há muitos passos dali, as meninas também falavam deles.
-Não, aqueles dois vão para o cassino e depois vem tirar satisfações com a gente? Ah, me poupe! -Alice retira o lápis que passa nos olhos cada vez que fala olhando para o espelho de mão, voltando somente quando Carla interrompe.
-O Tomás tá louco com aqueles dados! Homem é tudo igual mesmo, qualquer coisa e jogam a gente pra escanteio!
-Verdade... -Roberta fala distraída com a fantasia em mãos, nem percebe que as amigas ouviram.
-E... Você ainda tá bolada com o Diego?
-To... -Ele nem vê que responde. -Quer dizer... Ah, sei lá Alice! Eu fiquei com raiva de ter procurado ele a manhã toda e depois encontrado ele com a "Fran"!
-Bateu insegurança? -Carla senta do lado dela.
-Claro que não!...
-Então?
-Ele me deixou de lado por causa de uma estranha! Por isso fiquei louca da vida!
-Porque os garotos são assim? Até um cruzeiro maravilhoso como esse, eles tem a capacidade de estragar!
-Estragaram nada! -Roberta se levanta. -Eu vou me arrumar e vou pra festa!
-Hum... Gostei de ver! -Alice se volta para ela sorridente.
-Eles não perdem por esperar!
-Gostei Roberta! Esses desleixados que não cuidam do que tem!
-Desleixados, crianções e grosseiros! -Alice completa.
-Nossa! -Carla arregala os olhos e todas começam a rir.
 E de cada lado eles permaneciam assim: Meninos versus Meninas! Quem venceria essa disputa? Qual dos dois lados se mostraria o menos insuportável?

 A noite prometia muita beleza e momentos que não se repetem tão facilmente. O local está totalmente iluminado, um globo de vidro bem no meio do salão espalhava cores pelo lugar, onde se encontram várias mesas com toalhas temáticas com petiscos e bebidas variadas. Está tudo cheio, as pessoas circulam com fantasias diversas, dançam e riem sem se preocupar com mais nada.
 A música tocava alto quando os três chegaram na porta.
-Você só tinha essa fantasia, Tomás? -Diego ajeita o chapéu.
-Eu te perguntei se você queria trocar, lembra o que você me respondeu?
-Que não, obrigada, fantasia de Charles Chaplin pelo menos te deixaria mudo hoje... Mas Zorro, Tomás?
-Deixem de ser chatos, os dois! -Pedro interfere. -Diego, tu ficou maneiro de Zorro, porque com essa máscara nem vejo tua cara, então tá perfeito! E o Tomás de Carlitos, palhacito mudo... Ah... Parece até um sonho né!
-Hã... Tá zoando a gente e você! -Tomás avalia o amigo.
-Que tem eu?
-Você nem parece que tá fantasiado!
-Ué, o tema da festa não é "Filme"? Então vim de Will Smith do MIB!
-Tá parecendo o segurança do Franco! Aliás, cadê ele?
-Não sei e nem quero saber. Eu vou é curtir um pouco a festa! Fui.
 E com a saída de Diego, os dois também resolvem parar de falar e se dirigir a festa, era muito o que ver, o que comer e o que esperar de uma noite de festa em um cruzeiro de férias pela costa brasileira.



-Alice, que fantasia é essa? -Roberta implica, ainda no quarto.
-Patricinha de Beverly hills! Gostou?
-Achei que era pra ir fantasiada e não do jeito que você se veste normalmente...
-Hã... -Ela não dá importância. -E você, Carla, vai de quê?
-Princesa Jasmine! Agora é ver se vou achar o meu Aladdin... -Ela faz uma má expressão.
-E porque não encontraria? -Roberta ajeita os pequenos brincos prateados.
-Do jeito que as coisas estão é bem capaz que eu encontre o Abu em vez do Aladdin...
 As duas riem.
-Mas e você, hein?
-Que tem eu? -Roberta parece pronta.
-Tá linda de Elizabeth Swann! Mas quer saber? Eu achei que você iria de vampira!
-Não... Muito clichê pra mim! Além do mais estamos em um navio... E Piratas do Caribe... Cruzeiro... Sabe... Tudo a ver...
-O papo tá bom, mas é melhor a gente ir!
-Vão vocês, eu tenho que acabar de me arrumar...
 As meninas saem e Roberta fica no quarto. Não que ela quisesse mentir para Alice com a resposta que havia dado, mas a verdade é que não tinha nada que arrumar. Queria mesmo é pensar no momento em que entrasse no salão e visse Diego. Iria ignorá-lo como gostaria? Ou iria se render ao primeiro olhar como temia?
-Quer saber! -Ela se levanta depressa e olha para a porta. -Eu não vou ficar aqui pensando, eu vou viver!
 A certeza que tem, é de que, mesmo que atrás de uma porta qualquer esteja o desconhecido, não vale a pena ficar atrás dela com medo, é preciso aceitar que várias maçanetas precisarão ser torcidas nessa vida para que se possa ver através do medo, talvez seja o único modo de vencê-lo. Por trás dele pode ter qualquer coisa, e algumas vezes,  coisas inesquecíveis...

 Diego dá a volta na mesa que há ao centro do lado direito. Há um empilhado de taças cristalinas formando uma pirâmide entre seus olhos e a imagem que se aproxima  assim que ele para.  A moça fantasiada de "Sininho" com vestido verde e cabelo preso como uma bailarina, se aproxima brilhando como uma fada, bem mais tranquila que da última vez que a havia visto.
-Oi!
-Oi. -Diego é simples.
-Queria te pedir desculpas por aquele dia, não foi um dos meus melhores...
-Tudo bem, que isso!
-O meu sobrinho me dá muito trabalho, é uma criança hiperativa e eu não tenho dom, nem idade para ser mãe dele. -Fran é sincera. -Mas enfim, isso não interessa. Só vim agradecer e espero não ter causado problemas com a sua namorada.
-Não. -Diego mente para si mesmo. -Ela não é ciumenta, não se preocupe, vai ficar tudo bem.
-Que bom, fico aliviada! Agora eu vou lá! O Otto não pode ficar sozinho um segundo que já apronta!

 Assim que ela se despede, Diego vai para a mesa mais afastada da festa com um drinque em mãos. Seu estilo firme era estremecedor. Impunha sua sensualidade tímida apenas com sua forma de se posicionar. A calça e a blusa negra que vestia, eram dividos por uma faixa de cetin da mesma cor na altura do abdômen. A capa em suas costas que o cobria completamente, o lenço sob o chapéu e a máscara em seus olhos, não o deixa tão misterioso quanto o olhar que lança ao lugar. Parece fitar tudo, mas um olho atento conseguiria ver que ele tinha um foco e um objetivo. Fez esse caminho como quem quisesse pegar o melhor lugar na platéia.
 Ela dá um passo  e o chão paralisa, ao menos aos olhos dele. O vestido tem cor de tecido envelhecido e se alonga até os pés, onde um desfiado proposital, dá a ideia de que tivesse estado mesmo em uma batalha em alto mar. As saias são sobrepostas, por ser o vestido tão fino quanto uma camisola, o que dava a leveza e um sutil volume enquanto caminhava. O corpete negro e trançado nas costas, envolve seu corpo, ressaltando o decote aberto que se alongava pelos ombros onde uma manga larga se soltava. Os cabelos, diferente do normal, estavam lisos, somente com leves ondulações nas pontas. Tinha pouca ou quase nenhuma maquiajem e realmente não lhe fazia falta. Seus olhos estavam cobertos por um chapéu típico de piratas, seguido por uma falsa espada que completava o look.
-Minha princesa selvagem... -Diego não evita expressar um sorriso, mas resolve não ir até lá.
  Ele a observa percorrer todo o lugar, mas evita que Roberta o veja. A beleza dela o impede de ver qualquer outra coisa, só não o impede de permanecer no orgulho. Queria que ela desse o primeiro passo, que viesse procurá-lo. A deixaria de lado por um tempo, coisa de homens. Queria estar ao lado dela, ainda mais estando tão linda, mas queria permanecer na marra um pouco mais, para ver se ela o procurava. Só não se lembrava que, de "Zorro", estava praticamente irreconhecível até mesmo para ela.

-Uau! -Otto cerca Roberta. -Você é uma pirata! Que Demais! Minha tia não me deixou vir de pirata!
-Não me diga? -Roberta é irônica. -Você é uma graça, mas eu tenho...
-Vai procurar seu namorado? Ele tava com a minha tia!
 Roberta observa o garotinho de meio metro à sua frente vestido de pinóquio. Por algum motivo aquilo parecia combinar muito com ele.
-Onde eles estão?
-Não sei, mas eles tão namorando, não é? Tavam abraçados desse jeito, olha:
 O menino abraça o próprio corpo e se movimenta de forma muito engraçada, imitando um abraço "daqueles", o que faz Roberta trincar os dentes e deixá-lo ali no meio  sozinho enquanto segue até a mesa onde se encontram os amigos.
-Que foi?
-Nada. -Roberta é seca, mas Alice insiste.
-Você viu o Diego?
-Nem quero ver. -Ela cruza os braços com um bico enorme.
 Nesse instante, Pedro chega com Tomás. Parecem decididos.
-Nós queremos conversar com vocês.
  Carla e Alice se olham indecisas. Ainda queriam manter a pose... Mas enfim, quantas brigas são necessárias para que a gente perceba que um minuto a mais de tristeza é igual a um a menos de felicidade?
 Depois de um pouco de insistência, não muita, elas aceitam ir para fora, onde a música soava mais baixo para conversar. Cada um segue para um lado e Roberta fica sozinha, o que a deixa ainda pior.  Onde estaria Diego? E se estivesse mesmo com aquela garota? Os pensamentos se atropelavam.
 Do lado de fora o garotinho de bochechas rosadas corre por entre os tripulantes recolhendo doces e mais doces. Os bracinhos roliços giram no ar e se balançam com dificuldade na corrida, realmente era desajeitado, irreverente e cômico. Não para um segundo, não dá sossego nem ao vento. Somente na distração algo o para, agarra e afunda os dedos no braço carnudo com um pouco de sorte.
-Tá na hora do remédio!
-Não tia, tá cedo! -Ele não tenta fugir, só dialoga. -Eu fico tonto com esse remédio!
-Anda, abre a boca. -E segurando as bochechas do garoto, Fran joga o comprimido em sua garganta.
 O menino faz um gesto de quem havia chupado um limão, enquanto observa a expressão desconfiada da adulta vestida de fada em sua frente. Era como matar a boa impressão que podeira ter, pelo resto da vida, de todas as fadas...
-Anda, vem comigo!
 Ao dar dois passos atrás dela, Otto retira com o indicador, o comprimido que havia prensado no céu da boca e na mão observa o pote que havia furtado de Fran, com mais daquelas drogas que ele tanto odiava.
 Ao chegar em uma das mesas, o menino a deixa seguir e fica para trás retirando de dois a dois os comprimidos. Joga dois deles em um copo e esconde aos demais ao ver que a tia retorna.
-Deixa eu ver essas mãos! -Ela puxa e vê o pote de comprimidos. -Eu sabia!
 E ao arrastá-lo, tem-se a impressão de que naquela noite não seriam mais vistos ali.


 Diego observa de longe, mas sem aguentar mais a distância, decide ir atrás dela  Roberta. Porém ao primeiro passo, vê Pablo se aproximar e recua para ver a reação dela. Segura o ciúme e encara a cena. Apesar de não parecer ter firmeza para suportar muito tempo.
-Oi, posso me sentar?
-Claro. -Roberta responde sem graça.
 Ao olhar para a fantasia de Pablo, de "Coringa", ela não evita o ar de riso, estava muito estranho com o rosto todo pintado. É o tipo de fantasia que dá trabalho até na hora de comer .
-Tá gostando?
-É...
-As festas daqui são sempre muito divertidas!
-É... -Roberta parece ter se esquecido das demais palavras.
-Você não me parece muito animada... Já sei! -Ele não espera que ela responda. -Vou buscar um drinque, você quer?
-Tudo bem...
 Roberta mal percebe o que está acontecendo ao seu redor, mas disfarça sempre com um sorriso. Nada de mostrar ao mundo qualquer coisa em seu rosto que brilhe menos que isso, nada de mostrar tristeza a um mundo que faz fila e até compra ingresso para assistir as tragédias emocionais alheias. Não, um mundo assim merece sorrisos largos e brilhantes!
-Aqui está! -Pablo a entrega um copo com suco.
 Roberta bebe um pouco e sente um gosto estranho.
-De que é?
-Uva, eu acho. Não está bom? -Ele percebe pela expressão que ela faz.
-Gosto de remédio...
  Ela permanece na mesa a observar os amigos na pista de dança. Parece que os casais estavam bem de novo. O ritmo da batida é alucinante e ela não resiste, também não ficaria parada todo o tempo em uma festa tão bonita. Então se joga na pista, deixa a música a movimentar e fazer os sentidos se arrepiarem e a leva para longe. Coisas que só a música consegue fazer. Mas sente que está diferente, está ficando mais distante da realidade que o normal.
  A música para, mas Roberta já havia parado bem antes. Uma música lenta e suave começa em seu lugar e ela vê a deixa para sair dali. Logo os casais estariam se formando e não estava nem um pouco a fim de dançar com Pablo.
 Antes que possa sair uma mão lhe é estendida como um pedido para uma dança. Seus olhos estão pesados, sente um sono que não consegue controlar, mas mesmo que não entenda, aceita que o rapaz a tome nos braços apertando suas costas contra o peito e debruçando o queixo sobre seu ombro descoberto. Os pés balançam lado a lado na dança, sentia que seu corpo estava pesando sobre o dele sem que pudesse controlar, estava perdendo o controle. Mas porque estava ali? O que estava fazendo dançando com aquele garoto? Por fim, onde estava, que nada fazia sentido?
 Sente a mão dele subir até seu rosto, tenta se manter distante mas não consegue e logo percebe o beijo em sua boca tocando extremamente carinhoso e daí por diante só vai se recordar de estar já do lado de fora da festa, longe de todo o barulho.
-Eu to com sono...
-Ei... Que aconteceu? -Ele a segura no peito, adormecida. -Seu beijo é uma delícia sabia?
 Ela se alonga no contorno do corpo em que se apoia. Sente-se segura sem saber porque e culpada ao mesmo tempo sem conseguir fugir. Está bêbada, está dopada, está dormindo, está sonhando, está em outro universo, está plainando... Deixa o rumo se perder e o dia amanhecer assim, sem porque...

 E quando finalmente o sono acaba, ela esfrega os olhos e espichando as pernas bagunça um pouco mais o branco lençol estendido na cama de casal. Cama aliás que a assusta de primeiro.
 Olhos tão abertos quanto a boca e um só pensamento: Como eu vim parar aqui? E de quem é esse quarto?
 Percebe que lhe tiraram os sapatos e o corpete que tinha na cintura. Agora sim estava assustada, que coisa mais poderia ter sido feita e que ela não estava sabendo?



 De repente ouve um barulho de chuveiro sendo desligado e vira para o lado esquerdo da cama, fingindo dormir. Podia ver pela janela à sua frente que o dia já estava claro. Está assustada, não quer nem olhar, nem pensar no que possa ter feito. Passam-se poucos instantes e sente um movimento sobre a cama, alguém afasta seus cabelos e lhe beija o rosto, saindo em seguida.
 Ao se sentir segura ela levanta os olhos e o vê de costas, vestindo somente uma bermuda e fica sem acreditar.
-Ei... -Ele percebe que ela está acordada e vai até ela. -Tudo bem? Você me assustou ontem...
-O que aconteceu?
-Você não lembra? -Ele abre um sorriso, um tanto maldoso.
-Não... -Roberta leva a mão a testa. -Dá pra me falar?
-Eu nunca tinha te visto assim... -Ele senta de frente a ela que se apoia na cabeceira da cama atenta.
-Assim como?
-Ah, vai dizer que não lembra de ter dançado pra mim?
-Dançado?
-É... E da gente ter se beijado na proa?
-Onde? -Ela vai se assustando ainda mais.
-É... E não lembra do resto da noite? Todas as coisas que fizemos nesse quarto?
 Ela não responde, está pasma, a boca nem fecha mais. O cabelo descido sobre as bochechas que ficam rosadas é retirado pelos dedos dele e levados para trás da orelha.
-Tava tão linda...
Roberta decide se levantar.
-Onde vai?
-Pra longe de você!
-Agora? Achei que quisesse passar a manhã comigo... Pra repetirmos a dose...
-Diego! Eu não acredito que você teve coragem de...
-Calma... -Diego ri da maneira louca que ela reage. -Pelo visto você perdeu toda a festa... Mas não se preocupe... Você vai lembrar de tudo quando eu te contar.


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Comentários

  1. Ai Aline!!! vou chorar aqui :(, o que aconteceu? não nos deixe assim... posta logo!!!! (Scheila)

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  2. ai quee susttoo eu ja tava chorando akie so parei quando ela falow o nome do DIEGO E naum PABLO
    MAISSSSS

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  3. Quase morri!!!
    Achei que era o Pablo que estava com ela :s
    KKKKKKKKKKKKKKK

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  4. Aline , posta logo , quero saber de tudo ! Pensei que fosse o Pablo ! kkkkkkkkkkkk'

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  5. nossa quase morri agora quase tive um enfarte ainda bem que era o Diego

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  6. Posta logo o outro,ufa achei que era o Pablo kkkk

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  7. Aline!!!! não faz mais isso não!! vc vai acabar me matando!!! kkkkkk (Scheila)

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  8. Alinee amo a sua web mas q susto pelo amor de deus achei q era o pablo nssa quase morri akie

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  9. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA QUE SUSTO ALINE PENSEI QUE ERA O PABLO, QUASE TIVE UM TRECO ACHANDO QUE A ROBERTA TINHA TRAIDO O DIEGO RSRSRSRS

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  10. Aline vc quer matar a gente é? Pensei que ela estava falando com o Pablo...

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  11. Mew Deus Aline!! quasee morri tbm..axeii qe fosse o Pablo..não faz assim!! que susuto!!
    Posta + bjoxxx

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  12. Nossa cara,eu achei que era o Pablo... GELEI KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK POSTA.
    Thais.

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  13. nossa no comeco achei que era o pablo mais o papo começo a ficar diferente ai vi que era o diego ate voltei pra ler dinovo o testo que susto bjs posta logo to morrendo aqui

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  14. Noossa... Não fui diferente das outras rsrs Quase morri aqui, achei que fosse um outro cara, que ela tinha traído o Diego. Muiiiito bom, amei *-* Aguardando a continuação :)

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  15. DAYENE

    AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!!!!!!!!!!!

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