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Cap 51- Embarcando em um cruzeiro

 Um novo sentimento ao pisar naquele gigante que navegaria sobre a água, abria sorrisos nos seis adolescentes que não queriam menos que curtição.
-Nossa! -Tomás retira os óculos para ver melhor. -Mas é muito grande!
-Você queria o que? Uma canoa? -Roberta zoa.
-Claro que não, né minha filha! Mas é que eu nunca fiz um cruzeiro!
-Nem eu!
-Sério? -Diego estranha. -Achei que sim, sua mãe faz shows em tantos lugares...
-Faz, mas eu nunca vim, é a primeira vez. Acho que tirando a Alice, nenhum de nós já fez cruzeiro, não é?
 Todos concordam.
-É sim! Tudo é novidade! Mas que sorte nossos pais terem deixado!
-É Alice, mas o Franco só deixou com a condição do guarda-costas ali vir junto. -Roberta aponta para o homem imenso que os vigiava.
-É, mas já tá bom! -Alice não se importa. -Tá ótimo! Vão ser férias maravilhosas...
-Rebeldes em um cruzeiro!! -Tomás exalta a alegria de todos.
-Muita coisa boa pode acontecer...
 E com Alice ao seu lado, Pedro e os demais caminham pelo começo do que seriam 7 dias inesquecíveis. A tarde estava linda e eles estavam entusiasmados.
 Cada um segue para um lugar. Diego leva Roberta até a cabine para que se troque e o acompanhe até o salão principal. Muita coisa para ver, muito para namorar e redescobrir da maré mansa... Trocadilho bobo que sai assim...
-Onde é o seu quarto?
-É logo adiante... -Diego confere no papel.
-Ah, então tá pertinho!
-Não!
-Não?
-Seria perto se eu estivesse aí dentro com você...
-Hum... -Roberta lhe dá um beijo. -Agora vou me vestir pra gente comer.
-Me deu uma curiosidade de conhecer o sua cabine...
-Ah, é?
-É...
-Mas são iguais! -Ela sorri, fingindo não entender.
-A sua tem uma coisa que a minha não tem...
-O que?
-Você!... -Ele se aproxima no abraço. O corredor não é muito largo e enquanto eles inciavam o beijo, um homem chega para entrar no quarto em frente.
 Com uma mala em mãos, ele os olha como quem diz: " E então? Preciso pedir?"
-Bom...Depois eu passo aqui então...
 Roberta ri e se despede assim, sem dar a menor bola para a situação. Não tinha porque se envergonhar do que sentia e queria mais era que todo mundo visse o quanto estava feliz.

 Ao cair da tarde, uma bela vista no interior daquele lugar enche os olhos de dois dos três casais.
-Nossa, já viram? -Tomás pega um folheto animado.
-O que?
-Aqui tem um cassino, Pedro!
-Sério?
 As meninas ficam de lado, olhando o entusiasmo dos dois lendo de olhos grilados.
-Vocês não vão lá, né?
-Porque não? -Tomás olha para Carla sem perceber que o que ela e Alice querem, é namorar.
-É rapidinho! -Pedro se empolga. -A gente volta rápido!
-Ok... -Apesar de insatisfeita, Alice permite que o namorado vá, mas deixa a amiga irritada.
-Alice!
-Ah, eu não quero que ele fique aqui sendo obrigado... Deixa eles se divertirem e vamos tomar um suco, que eu to morrendo de sede. Ali oh... -Ela avista um balcão onde serviam bebidas. -Vamos?
 E deixadas de lado, as duas conversam enquanto o garçom prepara o drinque. Logo começam a rir e se divertir, afinal o clima dispensava aborrecimentos.
-E aí? -Dois garotos surgem para falar com elas. -Podemos nos sentar?
-É... Quer dizer, claro que pode.
 Alice fica olhando o que a cumprimentou. Tinha cabelo castanho, um pouco comprido e liso que vinha um pouco sobre a testa. Tem traços fortes no rosto e uma boca grande. Aparentava uns 19 anos. O segundo tem o cabelo bem curto e negro, olhos um pouco mais apertados como um sedutor, mas se mostrava tímido. Aparentava a mesma idade ou menos. Estavam vestidos bem simples, chinelos, camiseta...
-Vocês já conheciam o El dorado?
-Não, ainda não... Mas é um navio muito bonito.
-Deixa me apresentar: Eu sou o Rodrigo e esse é o meu irmão Pablo.
-Irmão? -Carla entra na conversa e o tímido rapaz a responde.
-Na verdade eu sou adotivo, mas somos irmãos de coração, nos consideramos muito! E nós somos de Portugal.
-Eu percebi pelo sotaque. -Carla começa a se interessar pelo papo e Alice também. A conversa vai fluindo e tomando minutos que se alongariam bastante.

 As luzes douradas, o céu que decorava de estrelas a noite e o movimento das pessoas era uma constante. Todas livres de tensão, livres de pensamentos ruins junto ao barulho incansável do mar...

 Eles correm de mãos dadas. Um pouco a frente dela, Diego chega até a grade e vê aquela imensidão negra do mar. As luzes que os acompanham não chegam até lá totalmente. O lugar e o horário são escolhidos a dedo, um que por ser mais alto dava uma linda vista, era como o final de uma passarela.
 Roberta se debruça de braços cruzados sobre a grade prateada. A blusa branca recebia o cabelo que voava leve, e o sorriso calmo denunciava a paz que sentia.
Ao perceber um calor molhado em seu rosto se vira para Diego que acaba de lhe dar um beijo.
-Tá tão distraída... -Ele se debruça ao lado dela. -Tá pensando em alguma coisa boa?
-Mais que boa... -Ela estava olhando para o horizonte mas se volta para ele. -Maravilhosa...
-E eu vou ter que adivinhar?
-Hã rã... -Ela se levanta e segura as mãos dele frente à frente. -É uma coisa deliciosa...
-Você! -Ele brinca...
-Não... -Ela balança as mãos dele, rindo. -É uma coisa que eu gosto de morder...
-Maçã?
-Não... É maior... Bom de apertar...
-Travesseiro? -Diego fica sério tentando mesmo adivinhar.
-Não tinha pensado nisso... -Ela faz graça.
-No que? -Diego já está confuso.
-O travesseiro é que substitui essa minha coisa linda quando tá longe de mim...
-Você dorme com algum urso?
-Diego!!!
-Ah, eu sei que sou eu! -Ele a puxa pela cintura.
-Você tá muito convencido!
-Convencido sim! Convencido de que você me ama...
 E não estando ninguém por perto, é hora de soprar de dentro dos pulmões aquelas correntes que prendem nossa vida ao lógico e deixar que a imaginação guie uma boca à outra para dentro de uma febre maior. Levadas que um dá no outro buscando a fundo a essência, a substância que nos torna assim como... Seres humanos... E com todos os desejos de qualquer outro.


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