Cap 44- O convite

 Franco e Eva a observam sem entender muito. Afinal segundo os amigos Roberta não queria ir nessa viagem.
-Como você sabia que...?
-A Alice me disse hoje.
-Hoje?
-É, eu acordei ela.
-Acordou? -Eva se surpreende.
-É, e ela não ficou muito feliz não... Mas pedi que fosse combinar com os outros.
-Ela foi pro colégio sem a minha autorização?
-Bebê! Deixa disso vai? -Eva o segura buscando mostrar a Franco que ele não tinha motivos para se alterar.
-Ok!
 Roberta abre um sorriso.
-Vocês podem ir. Eu vou dar um jeito. Mas vou mandar um dos homens de minha confiança para olhar vocês...
-Mas...
-Roberta! -Eva também tenta convencer a filha a aceitar lançando um olhar repreensivo.
-Ok, tudo bem. Vou arrumar minha mala! Obrigada gente.
 A rebelde dá um beijo na mãe e sobe as escadas feliz da vida.
 Eva fica parada pasma.
-O que foi isso? -Franco sorri. -Ela nos agradeceu e ainda te deu um beijo antes de sair? Foi isso mesmo que eu vi?
-Eu só quero saber uma coisa...
-O que?
-Quem é essa garota que tomou o lugar da minha filha?

 Franco ri e se senta com Eva. Os dois resolvem tomar o café sossegados e longe de preocupações. Ao verem que Roberta estava tranquila, ficam muito mais calmos. Decidem não perguntar nem investigar mais do realmente seria necessário. Afinal, seria mais fácil depois que voltasse da viagem.

 O dia corre nos preparativos, tudo com ajuda de Eva, que já havia agendado um show na noite após a apresentação de Carla, que seria no sábado de manhã. Os rebeldes correm para aprontar tudo até pegarem o voo.
 Franco havia convencido Beth e Leila a deixar os filhos viajarem, enquanto que Becky não havia feito nenhuma objeção, pelo contrário, havia ficado mais que contente com tudo de bom que estava acontecendo com a irmã. Afinal Carla estava realizando um sonho.

 Anoitece e eles voam com um rumo certo, teriam toda a sexta livre para aproveitar a cidade, logo depois um sábado agitado e um domingo de muita, mas muita diversão... Além de um pouco mais...


-Nossa até que enfim chegamos! -Alice se joga na cama do hotel luxuoso que Eva havia reservado para eles.
-Ao menos amanhã a gente vai poder visitar o Parque do Ibirapuera...
-A gente quem, Roberta? Porque eu tenho outros planos... -Alice está exausta.
-Eu e o Diego, claro!
-Hum... -Carla arruma suas coisas enquanto admira o jeito de Roberta. -Pra quem não queria ir, você tá bem empolgada, hein?
-Vai ser bom...

 E enquanto a paz dava o ar de sua graça no coração da rebelde, a sexta vai acordando com uma vontade de ser eterna.
 Eles mal abrem os olhos e já estão correndo pela grama em volta do lago. Roberta dá um sorriso contagiante enquanto Diego a gira no ar. Ela deixa seu riso se espalhar fazendo com que todos em sua volta os olhem. Os que passeiam, os que estão deitados na grama e os que brincam com seus filhos. Todos param para ver os dois namorados que se beijam todo o tempo e não deixam nem por um segundo de aproveitar da alegria de passar esse tempo juntos.
-Eu tô muito feliz que você veio...
-Eu também... -Roberta põe um tom de alívio na frase e Diego abraça sua cintura.
-Você tá bem, não tá?
-Se eu to bem? -Ela sorri e se solta dele. -Deixa eu dar uma voltinha.
 Ela se afasta um pouco e vai até a beira do lago. Desfila para o namorado que fixa os olhos no short jeans que acompanha muito bem o calor daquela manhã.
-E então? -Ela prossegue sorrindo. -Como você acha que eu estou?
-Pra mim você tá mais que boa... -Ele se aproxima como um olhar caçador.
-Que?
-É, se eu fosse você corria...
-Não! -Roberta dispara e atrás dela Diego avança, louco para pegá-la.
 Ora consegue agarra-la firme e a enche de beijos, ora deixa que caia sobre si para receber os carinhos dela, mas sempre a solta para vê-la correr novamente à sua frente e poder recomeçar tudo de novo.

A sexta feira acaba e o sábado começa, o agito da competição de dança e do show que ocorreria logo mais seguem à todo vapor.
-E aí Carlinha? Como está se sentindo?
-Nervosa Tomás! -A dançarina estala os dedos e dá pequenos pulinhos. Está a poucos minutos de entrar no palco.
-Você vai se sair bem. Eu vou estar lá na platéia torcendo por você junto com nossos amigos! Ninguém merece mais do que você!
 A dançarina se acalma e se sente amparada. Nada poderia impedir que desse seu melhor.
 As cortinas se abrem. A segunda dupla que irá se apresentar é anunciada. Carla entra acompanhada de seu parceiro de dança. Está radiante como nunca havia se visto. A platéia enorme os encara julgando cada milímetro dos seus gestos. A música começa. A técnica e a paixão que ela coloca em cada movimento fascina os amigos. A roupa branca repleta de brilho voava quando o dançarino a jogava para o alto e a sustentava nos braços. Coisa que Tomás se impedia de olhar, sua vontade era de estar fazendo isso com ela, o ciúme o toma, mas pelo bem dela, o rapaz fica sossegado até o final.
 Ao esperar na saída, após a apresentação, os rebeldes conversam.
-Nossa, foi incrível! -Alice fica admirada com o talento da amiga.
-Ah, dava pra ver que ela ia ganhar, não tive dúvida!
-Os jurados ficaram bobos, deram todos notas altas! Mas por falar em ganhar, ela ganhou o que, Pedro?
-Nossa Tomás... -Todos dizem juntos.
-Ué gente! Eu só quero saber... Eu hein...
-Ela tá vindo!
 Assim que Roberta grita, os cinco correm de encontro a Carla e a abraçam, formando um amontoado de adolescentes eufóricos. Todos parabenizam a amiga que é toda sorrisos. Por fim ela diz o que Tomás tanto queria saber.
-Você ganhou o que? -Ele fica pasmo.
-Essa quantia mesmo que você ouviu! Vou guardar pra bancar meus estudos! Ah, e também ganhei além disso um cruzeiro de 7 noites pela costa do Brasil!
-Uau! Mas você vai?
-"Nós" vamos, né bobinho! -Carla dá um beijo em Tomás. -Posso levar um acompanhante, a não ser que você não queira ir?
-Claro que quero!
-Nossa eu fiz uma vez, foi muito bom... A gente podia ir um dia, Pedro...
-E porque não vamos todos? -Roberta se anima.
 Todos a olham admirados. Estava muito alegre.
-A Roberta tem razão. -Diego gosta da ideia. -Vamos todos fazer esse cruzeiro nas férias! Rebeldes em alto mar!


 A comemoração corre paralela ao show que termina ainda cedo aquela noite. Havia sido um sucesso, cantaram todas as músicas. O palco, o figurino e a platéia estiveram espetaculares. A guitarra enlouquecia, a bateria parecia que ia estourar! As vozes dos seis soaram com tudo que tinham até o último segundo da última música. O maior desejo deles se realizava a cada apresentação.

-Nossa, foi maravilhoso! Minhas pernas estão bambas!
 Os seis chegam no hotel e Roberta está ainda muito contente. Parece outra pessoa, tão serena e alegre como se nada tivesse acontecido. Os amigos também não tocam no assunto, seria melhor deixá-la nesse momento tão bom em que se encontrava. Diego a puxa em um canto enquanto os outros conversam.
-Quer jantar comigo?
-Claro que quero...
-Tem uma mesa que fica de frente pra um jardim lindo aqui do hotel, reservei ela pra gente...
-Ah... Sério? -Ela se derrete. -Então eu vou me arrumar pra ficar bem linda pra você!
-Mais?
-Ei! Vamos parando com a melação que a gente tem que se arrumar! -Alice corta o clima.
-Vocês também vão sair?
-Claro! Temos motivos de sobra pra comemorar!

 Após essa conversa todos seguem para seus quartos. As meninas se arrumam à espera dos namorados.  Roberta é a primeira a ficar pronta.
-Você quer matar o Diego, é?
-Claro que não, Carla! Quero ele bem vivo pra mim...
 Carla e Alice ainda se aprontavam quando ouvem bater na porta.
-É o Diego! -Roberta se apressa.
-Não abre! Diz pra ele esperar lá em baixo, a gente tá se trocando! -Alice se assusta.
-Tá! Tá bom! -Roberta chega perto da porta e abre uma fresta. -Me espera que eu já to descendo...

 Diego vai para o saguão do Hotel, não espera mais que dez minutos e Roberta aparece. Fica olhando para ela sem respirar por algum tempo.
 Roberta caminha até ele. O cabelo preso com alguns cachos soltos mostrava melhor o rosto e o longo do pescoço nu. Um vestido preto e justo contornava sua silhueta. Era um pouco mais reservado no colo mas destacava as pernas. Isso de matar, Carla poderia estar acertando agora pela cara que Diego estava fazendo.
-Vamos?... -Roberta repara o namorado. -Tudo bem Diego?
-Lembra que me ofereceu um balde quando nos conhecemos?
-Lembro... -Ela ri olhando pra baixo.
-Se ainda tiver eu vou precisar... -Ele a olha pedacinho por pedacinho, antes de se aproximar e retirar parte do batom de sua boca com um beijo que já não podia esperar mais para acontecer.

 A noite promete momentos bonitos e únicos que só acontecem uma vez.

 Após o jantar, Diego convida:
-Dança comigo?
 Roberta sorri e dá a mão a ele. Ao longe era ouvida, de dentro do restaurante, tocar uma melodia lenta em um piano. Ao redor deles uma plantação de rosas vermelhas deixava tudo mais vivo. A varanda pequena e reservada do resto das pessoas deixava qualquer coisa acontecer.
 Diego esfrega a pontinha do nariz atrás da orelha de Roberta, sentindo seu perfume enquanto dançam.
-Adoro o seu cheiro...
 Ela ouve e sorri com o queixo deitado nos ombros dele. Logo levanta o rosto e o olha.
-Você é a coisa mais linda que eu tenho...
-Você é que é linda! Quero te ver sempre assim, com esse sorriso lindo no rosto!
 Os dois riem um para o outro enquanto se abraçam. O beijo surge como princípio de tudo e vai ficando mais forte nas próximas horas.
 Um beijo que continua na saída, onde os garçons e os hóspedes os olham, mas nada os incomoda. Vai no elevador e eles quase nem veem ao chegar no andar onde queriam. Seguem até o corredor do quarto sem se desgrudar.
-Nossa...! -Ela fica sem ar.
-Que foi...?
-Nada... -Ela devolve a boca a ele e o deixa fazer tudo o que quer.
 Diego a tem presa contra a parede. A respiração ficando cansada. Vão esquentando cada vez mais e não conseguem parar.
-Quer entrar? -Ela convida.
 Diego olha para um lado e outro. É claro que quer entrar com ela, mas havia alguns "poréns".
-E as meninas?
-Elas não vão voltar agora... Só quando estiver amanhecendo... -Roberta o segura pela nuca e beija seu rosto. Molha de leve o canto de sua boca, deixando que fique impossível que não aceite seu convite.
 O rebelde a agarra não resistindo e lhe invade com um beijo intenso. Abre a porta e entram sem ao menos olhar direito onde estão indo.
 Diego sente cada pedaço de sua carne a desejar. Estava tão linda... Ainda mais linda.
O vestindo vai subindo conforme ele a segura mais alto sobre o peito. Tira literalmente seus pés do chão. Aperta o corpo ao dela com força e sente o tremor de sua pele ao caminhar até perto da cama.


 Diego deixa a língua passear no calor da boca que se abre sobre a dele. A prova e a busca em cada segundo e ainda mais.
 Roberta se afasta lambendo a boca avermelhada. Diego fica apreensivo, cada movimento dela é medido em seu olhar.
 De repente Roberta retira o prendedor dos cabelos e os cachos descem ao ombro. Ela fica presa nos olhos dele, é a segurança de que precisa. Ele é tudo de que precisa em qualquer momento.

 Ao chegar perto novamente, ela mordisca os lábios de Diego. Lentamente eles só se encostam úmidos e se soltam. Os olhos fechados alucinam o instante, aproveitam e fazem eternos cada pequeno gesto.
 A noite está tão mágica que a música da dança ainda toca dentro deles ,dá o ritmo aos sentimentos que vão saindo pelos poros da pele.
A luz do abajur, ilumina em seu tom prateado o sorriso tímido que surgia em Roberta. Talvez ainda não soubesse muito o que fazer. Era tão difícil estar sozinha com ele e com tudo que já havia acontecido era preciso estar agora esquecida do mundo. Era dele, havia sido e ainda é. Sua força, seu suor e suas lágrimas já não lhe pertenciam, tinham outro dono. Seu coração já morava há tempos em outro peito.
 O sorriso terno também desperta em Diego. A vê-la ali, diante de si ele não quer se afastar. Precisa estar preso aquele pele, perdido naqueles cabelos, sentido-a se agarrar em seu peito outra vez.
 Ele acaricia o rosto dela devagar, numa mistura de cobiça e doação. Quer protegê-la, niná-la, fazer com que se aqueça e vibre dentro do que sente ferver dentro do coração desde que a viu pela primeira vez.
 Quanto mais a tinha com o passar do tempo, mas a queria. Não sabe como aguentou tanto sem tê-la assim novamente, só para ele, sem nada nem ninguém por perto.
 Ele para diante da luz fraca a olhá-la fixamente.
-Eu te quero muito...
 Roberta sorri para ele e se aproxima de seu rosto desviando da boca que a esperava e indo até o ouvido. A voz se tornando um sussurro.
-Eu também te quero...
 E é neste instante que as palavras dão lugar aos gestos, aos toques e às sensações. É neste instante que o entendimento inútil se cala para a sabedoria verdadeira dos sentimentos. Esses que de tão sabidos, nem se deixam entender... Somente com um pouco de sua bondade nos permite sentir. E sentir é tudo que nos resta, é tudo que o espírito precisa. Coisa inexplicável! Gigante invisível que mora dentro de nós...


Capítulo dedicado às aniversariantes de hoje às gêmulas
@BR_LuAr & @Michele_allves kkk não resisti RAY E MICHELE
& @Eduardabtos Duda linda!
Parabéns meninas! "(^_^)"

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