Pular para o conteúdo principal

Cap 36- Encontro marcado

 Diego abraça Roberta e continua no beijo sem que ela ofereça resistência. Vai sentindo a água passar entre as bocas, entre o rosto e toda a pele.
 Ela sonha por algum tempo, e nesse sonho nada havia mudado. Estava tudo como sempre deveria ser, e não tinha motivos para querer estar fora dos braços dele.

 Mas não importa o quanto a gente queira, a realidade às vezes puxa nossos pés para terra e nos faz ver a verdade, mesmo que a ilusão seja muito mais que bem vinda.
 Roberta percebe o que está fazendo e abre os olhos assustada dando uma joelhada onde mais dói em um homem.
 Ela nada para fora da piscina enquanto Diego se contorce.
-Roberta! -Ele ainda tenta impedi-la mas a garota reforça o jeito áspero.
-Você teve sorte que essa foi só pra você me soltar! Mas na próxima vez não vou ter pena!
 Diego nada para a beira da piscina com uma expressão que demonstrava mais satisfação que dor. Realmente ela havia sido moderada. Antes então, havia permanecido por vários minutos aceitando seu beijo. E perceber que ela ainda estava presa aos mesmo sentimentos que ele, era suficiente para que provasse nesse momento um pouco de alegria, mesmo que fosse passageira.

 Roberta chega ao quarto desnorteada. Alice e Carla estavam conversando muito empolgadas quando a veem entrar.
-Roberta! A gente tem uma notícia...
 A menina roda o quarto como se procurasse algo.
-Roberta! Tá ouvindo?
 A rebelde passa direto para o banheiro, como se estivesse surda, deixando Alice curiosa.
-Que será que aconteceu?
-Diego, só pode! -Carla sorri, certa do que diz.
-Verdade... Só o Diego deixa ela assim!
-Deixa nada! -Roberta grita de dentro do banheiro e as meninas se olham rindo.
-Então Carla, como vai ser se você tiver que ir pra São Paulo?
-Vão ser dois dias. -A menina explica muito contente. -Se passarmos nessa etapa, eu e o meu parceiro, a gente tem que ir pra lá. Mas eu queria que vocês fossem também! Acho que Becky não vai poder me acompanhar e eu não queria ir sozinha...
-Mas vai ser no feriado não vai? A gente dá um jeito!

 Elas continuam com os planos enquanto a tarde passa.
 Neste instante, Diego também retorna ao quarto e Tomás estranha sua maneira.
-Que foi cara?
-Briguei com a Roberta.
-Pra variar né? Vocês só fizeram brigar esses dias...
 Diego enxuga o rosto com uma toalha. Sua aparência é de quem tinha jogado a carta que tinha, mas o jogo não poderia parar ali.
-Quer dividir? Talvez eu possa ajudar.
-Eu não sei se eu posso contar. Foi aí que começou meu problema...
-Como assim cara? -Tomás sobe as pernas e cruza sobre a cama, ainda encarando Diego.
-A única coisa que posso te dizer é que a Marina, que eu achava que era minha amiga, acabou com meu namoro! Tirou informações de mim que deixou a Roberta muito magoada! E agora eu não sei como reverter isso!
-Sério?
-Muito... -Diego olha o amigo. -Eu vou lá tirar tudo a limpo com ela!
-Ei espera! Talvez não seja uma boa ideia.
-Como assim Tomás?
-Se ela fez isso é porque tá a fim de você!
-Eu sei, eu ouvi ela dizendo pra Roberta.
-Se ela é dissimulada, faz o joguinho dela!
-Quer dizer, fazer ela acreditar que eu não sei? Não, não, eu não sirvo pra falsidade!
-Eu sei, mas seria uma boa oportunidade pra colocar ela no ser lugar e...
-Você me deu uma ideia! -Diego passa a mão pelo queixo com um sorriso de quem iria aprontar.
-Que ideia?
-Você vai ver... -Ele pega o celular e procura um contato.
 Tomás fica surpreso, sem entender o que o amigo estava pretendendo fazer, mas logo ele faz a ligação.
-Marina? Tudo bem?... Eu liguei pra saber se não quer sair comigo hoje? Ah, a gente dá um jeito de sair... Combinado? Tiau, beijo!
-Diego você tá ficando doido ou o que?
-Ué, se ela quer ficar comigo, ela vai ficar!
 E sorrindo o rebelde segue para o banho. Tomás coça a cabeça ainda confuso e se põe a imaginar:
-Será que ele vai tentar fazer ciúmes na Roberta com a Marina? Não... -Ele balança a cabeça. -Ou será que ele vai ficar com ela de verdade?
 Tomás fica tonto de tanto tentar imaginar, mas as consequências de uma maldade nem sempre são boas. Até mesmo as abelhas, sendo seres inocentes, acabam morrendo ao deixar seu ferrão em outro ser. É o preço pago pela dor que causam.

 A noite chega e Marina se produz toda no quarto. Veste um vestido fino, rosa seco. Deixa os cabelos escorridos e castanhos descerem pelas costas. Se perfuma e se maquia como se fosse receber o óscar.
 Já na sala, Diego lê uma revista calmamente até que Pedro se aproxima.
-Diego você não ia sair com aquela garota?
-Eu vou... -Ele continua igual.
-Assim? -Pedro insinua o fato de que ele não tinha tomado banho e nem se arrumado. Estava de camiseta e bermuda como se fosse ao parque.
-E daí? Quer ver uma coisa? -Diego checa o bolso e mostra alguns dentes de alho ao amigo.
-Que isso?
-Meu perfume da noite. Me cobri com molho de alho e mastiguei alguns dentes desses. Além disso peguei essa roupa no meio das roupas sujas e suadas do dia que a gente jogou futebol.
 Pedro fica boquiaberto, mas antes que fale, Marina desce de encontro a Diego. Ele olha para o amigo com um olhar cômico e os deixa à sós.
-Vamos? -Diego se vira e mal a olha.
-Onde a gente vai?
-A um lugar que eu adoro! Espero que goste também. Eu preciso ter uma conversa com você. É minha amiga não é? -O rapaz põe ênfase na última fala.
-Claro Diego. Eu sei o que você está passando com a Roberta.
-Pois é... Então bora lá?
 A menina sorri e ao tentar pegar o braço de Diego, mas ele se vira e a deixa segurando o ar como se a tivesse esquecido. Mas a garota se recompõe e segue elegante.

 A noite estava escura, o céu não tinha uma estrela. Era prenúncio de chuva.
 Marina com muita dificuldade consegue pular o muro sem que Diego ofereça ajuda.
-Rápido, ou Jonas vai te pegar!
-Mas cadê o táxi? -Ela se espanta ao colocar os pés no chão.
-Táxi é muito caro, a gente vai andando. -Diego diz calmo.
-Andando?
-Algum problema?
-Não, não... -Ela se acalma. -Vamos então.
 Marina tem a certeza de que a noite será muito proveitosa. Diego a levaria para dançar ou para um restaurante de alto nível, onde poderia consolá-lo e deixá-lo ainda mais convencido de que Roberta não era garota para ele.
 E assim eles caminham pelo menos um quilômetro até chegar ao local. Ao vê-lo parar frente a um trailer na beira da estrada ela se desconcerta.
-É aqui Diego?
-O hambúrguer daqui é uma delícia, do jeito que eu gosto, bem gorduroso até escorre entre os dedos!
-Hã? -Ela não consegue falar.
-Vem senta aí!
 Havia algumas cadeiras de bar espalhadas pela calçada. algumas enferrujadas e sujas de cerveja.

 Diego come um hambúrguer e Marina toma um refrigerante enquanto franze a testa e afrouxa a sandália de salto. Tanta caminhada lhe renderia alguns calos, estava exausta.
-Tem certeza que não quer? -Diego suja o rosto de maionese enquanto oferece.
-Diego o seu rosto...
-Tá sujo é? -Ele limpa com a camiseta e a menina vira o rosto.
-Então Diego, eu estou muito feliz que você me chamou pra sair... apesar da situação. -Ela completa em voz baixa.
-Não gostou do lugar?... -Digo continua a falar com a boca cheia.
-Na verdade eu me produzi pra outro ambiente.
-Sério? Achei esse lugar à sua altura...
-Como a minha altura? -Ela se ofende com a comparação.
-É um lugar muito especial! Como não? Do jeito que você também é...
-Eu queria ir embora se não se incomoda...
-Claro que não. -Ele se levanta e sai.
 Assim que ela tenta acompanhá-lo o dono do trailer a grita:
-Ei mocinha não vai pagar não?
-É que eu achei que... -Ela fica desconcertada.
-Desculpa, Marina, mas cada um paga o seu... Afinal a gente não é nada um do outro não é?
-É... -Ela tenta se manter normal, mas nunca havia se visto em uma situação dessas.
-A gente vai voltar à pé?
-Claro que não...
-Ah, que bom! -A menina sorri.
-Vamos de ônibus!
-De ônibus? Eu nunca andei de ônibus na vida!
-Ah, tudo tem a primeira vez...
-É... é o que dizem...
 Diego ainda a faz caminhar bastante até o ponto. Ele dá voltas para que demore ainda mais. A chuva começa a cair assim que eles entram no transporte.
 Para ele nada se comparava ao mal que ela havia lhes causado. Não que fosse uma vingança, mas uma brincadeira que ela bem merecia.

 Já é tarde quando eles retornam.
 De frente ao muro do Elite Way, Diego atravessa a rua e a deixa para trás.
 A menina fala sozinha:
-Que droga de noite! Eu não acredito que ele me fez ir em pé naquele ônibus, enquanto ele pegou a última poltrona!
-Atravessa Marina! -Ele grita do outro lado.
-Já vou!
 Ela se prepara para atravessar, quando um carro passa em sua frente onde uma grande poça de água suja havia se formado. A água voa alto e molha todo seu vestido claro. Até em sua boca sente o gosto da lama.
 Diego não esperava aquilo e segura a vontade de gargalhar. Parece que até o destino está a seu favor. Mas apesar de tudo não se sente feliz. Marina merecia tudo aquilo, mas mesmo assim, tudo isso não serviria para trazer Roberta de volta. Será por isso que dizem que a vingança é um prato que se come frio? Bom vai saber... Mas a verdade é que é ela gera muita expectativa para pouco espetáculo.
 Depois deste encontro mais que desastroso, Marina assusta as colegas de quarto com sua aparência.
-Nossa, parece que você brigou com um porco dentro do chiqueiro!
-Cala a boca Vitória! -A menina segue para o banheiro soltando fogo pelas ventas. Nunca tinha estado tão irritada em toda a vida.

 Tudo passado, a noite acaba. E muitas risadas são ouvidas vindas do quarto dos meninos pela manhã.
 Pedro e Tomás de divertem horrores com tudo que Diego conta.
-Você fez ela pagar a conta?.
-Além de tá fedido e porcalhão, você ouviu! -Tomás não se aguenta de rir.
-Mas a menina voltou toda suja de lama, Diego?
-É, mas isso não fui eu Pedro, foi o destino! Eu nunca ia fazer isso! Eu só queria que ela me deixasse em paz.
-Depois dessa eu não duvido.
-Então agora, eu vou para a segunda parte do plano.
-Que seria? -Pedro vê o amigo levantar e questiona.
-Pegar a minha Roberta de volta!
 Ele sai decidido enquanto os amigos continuam comentando o que acabaram de ouvir.

 A grama ainda está molhada da chuva que caíra na noite anterior. É cedo e as aulas não começaram. Mas mesmo assim o jardim não está vazio.
 As botas pretas pisam devagar, compondo o alongamento das pernas descobertas até onde uma saia curta começa. O Uniforme era composto ainda por uma camisa branca e um colete azul. E neste estilo de sempre, ela segue sozinha pelo jardim, enquanto seu rosto recebe o sol fresco da manhã.
 A rebelde segue pensativa, calada. Um turbilhão de pensamentos e emoções invadem seu coração e ela não visualiza o mundo até sentir que por detrás de uma árvore alguém lhe puxa.
-Ei! -Assutada ela se sente comprimida entre o tronco e o corpo de Diego, que a olha muito sério.
-Você tem que me ouvir.
-Eu não tenho que nada!
 Os dois direcionam os olhos constantemente no outro. O silêncio dura alguns segundos.
 Roberta respira forte com a boca um pouco aberta, como se estivesse difícil realizar essa atividade. Diego segura seus braços perto do rosto e contra a árvore. Os punho dela se trancam.
 Os olhares vão entrando um no outro. As costas dela começam a se incomodar com as ondulações da árvore, está muito apertado, mas ele não move um centímetro.
-Não Diego... -Ela abaixa a voz quando ele vira o rosto de lado anunciando o beijo. Desliza a boca na bochecha dela até canto da boca.
-Não?
 Roberta fecha os olhos ao sentir os lábios quentes de Diego tocarem seu pescoço. Se odeia por permitir, mas sabe que ainda é dele, e não consegue evitar.
-Não faz isso... -Sussurra.
-Porque, você não gosta? -Ele volta os olhos a ela.
-É porque gosto...

<<Cap 35            Cap 37>>

Comentários

  1. Ri demais com a joelhada rsrsr. A Marina teve o que mereceu, bem que o Diego podia fazer isso com a Pilar né?
    Vc está de parabéns... mas pq é tão má e sempre pára na melhor parte? mimimi (Scheila)

    ResponderExcluir
  2. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK MARINA SE FERROU KKKKKKKKKKKKKKKKKK
    Thais

    ResponderExcluir
  3. Até que fim a Marina recebeu o que estava á sua altura!!!!! Amei, fikou mto bom Aline!!!!!

    ResponderExcluir
  4. Genti amei uu carruu kkkkkkkkk era eu qui tava dirigindo kkkkkkk ..... quando vc vai posta o 37????? anciosa!!!

    ResponderExcluir
  5. aaaaaaaah,posta o 37,please! Tô curiosa demais!

    ResponderExcluir
  6. kkkkkkkk já sabemos quem jogou lama na Marina!A Joicy confessou!

    ResponderExcluir
  7. kkkkkkkk mtoo bom...eu ateh pude visualizar a cena na minha cabeça!!RiAltooo
    Ainn...i u cap. 37, vc sempree terminaa nas melhores partes...assim não valee!!Buááááá

    ResponderExcluir
  8. O meu Deus se não bastasse eu endoidecer com a novela e agora aqui também? meu coração não aguenta isso não. Posta logo a outra parte se não vou enfartar.

    ResponderExcluir
  9. QUE JOICY O QUE FUI EU AKI QUE JOGUEI LAMA NA MARINA,AINDA PASSEI EXATAMENTE EM CIMA DA POÇA PRA ELA TOMA BANHO DE BARRO!
    KKKKK....QUANDO VC VAI POSTAR O PROXIMO? (DaComenteristaAnonimaDeTodoDia)

    ResponderExcluir
  10. Aiiiiiiii
    Vai me matar!!!!
    como você encerra assim?! pelo amor....posta a continuação hj ou eu pirooooooooo

    ResponderExcluir
  11. ai Aliine o cap 37 cadê tô quase infartando akiie..

    ResponderExcluir
  12. aaaaiiii aline pq vc sempre acaba assim... posta logo o 37.

    ResponderExcluir
  13. Nao é por nada nao mais ultimamente to gostando mais da Web do q da novela ta muito sem graça
    Alinee parabénss
    *Sonho*Imagina só se saísse um livro disso ah ai eu começava a ler pq a uinaca coisa q eu leio pq quero é a Web enfiim
    BY:Manu

    ResponderExcluir
  14. Posta mais tá mt boun,Parabééns Aline!!

    Pôôr:Hendy Drumond!

    ResponderExcluir
  15. adorandooooo!!!!posta o 37 logooo!!!

    ResponderExcluir
  16. ameei posta logo o cap37 pfv
    Amanda

    ResponderExcluir
  17. posta logo o 37 to pra infartar

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Despedida

Obrigada a todas e todos por terem estado comigo até agora. Me perdoem qualquer coisa e um beijo enorme no coração de cada um. Eu gostaria de poder ter feito melhor em todo esse tempo, mas juro que o fiz foi de coração e tive um enorme prazer em estar aqui. Era uma escritora bastante amadora, mas me diverti demais e me senti abençoada com a companhia de cada um. Quem quiser me seguir no Wattpad, estou escrevendo outras histórias por lá >>>  AlineStechitti

Cap 122 - R, D & N

Quando passa pelo corredor, Nina vê várias pessoas sorrindo e acenando para ela. "Você tem fãs, está vendo?" Diego cochicha e seu ouvido. "Estão todos felizes por você estar com seu papais de novo." "Verdade?" "Verdade." Nina olha por cima dos ombros do pai enquanto ele caminha e então acena para as pessoas no corredor, sorrindo como nunca.  Quando entra no quarto, ainda no colo do pai, Nina vasculha tudo com os olhos e acha o lugar muito estranho, como o quarto do Seu Ângelo. A mãe está deitada, tem vários machucadinhos pelo corpo e longos fios saem dela, ligados em máquinas estranhas. Diego ergue a filha até próximo ao rosto adormecido de Roberta e Nina dá um beijinho na testa dela. “Atchim!!” Ao despertar e abrir os olhos, Roberta vislumbra um borrão que acha encantador e não contém o riso. Olhinhos muito assustados a miram perdidos e curiosos. “Desculpa, mamãe!” Nina funga e esfrega o nariz. “Oi, meu amorzinho.” Ela sorri e estica os b

Cap 124 - Como se fosse a primeira vez

O entardecer estava fresco na praia. Roberta deitava a cabeça no colo de Diego enquanto ele olhava o horizonte. Nina estava brincando com a areia e nem os percebia. Era fácil para os três ficarem em transe quando estavam diante do oceano. "Você acredita que passou tanto tempo assim, Diego?" "É bem difícil de acreditar..." "Temos uma filha... E temos essas argolas nos dedos que dizem à sociedade que pertencemos um ao outro." Ela ri olhando a aliança. "Eu pertenço." Ele a olha de cima e Roberta se levanta. "Posso dar um beijo no meu marido?" Diego deixa aquele tipo de riso manso escapar quando ela encosta os lábios nos dele. O barulho do mar se mescla ao barulho das conchinhas que Nina recolhe e a todo momento deixa cair, despencando dos seus braços em uma cascata de cores marinhas. Os amigos os questionavam por terem levado a filha para a lua de mel, mas eles tinham sempre a mesma resposta: "Nós vivemos em lua de mel!&qu