Cap 31- Páginas de uma história de amor

Roberta aperta a mão que permanece na toalha. A de Diego está por cima da sua. Ela Consegue ouvir seus próprios batimentos saltando na garganta.
Ele para e olha bem no interior daquele olhar forte, misterioso. Podia vê-la toda dentro daquele olhar.
-Está nervosa? -Ele diz temeroso, fixando os olhos nela que respira ansiosa.
-... Um pouco...
Ele passa as mãos pelo rosto de Roberta, teme estar sendo muito rápido.
-Eu quero você... -Ele balança a cabeça devagar. -Quero muito... -E vai deliciando cada palavra. -Eu amo você Roberta... E amo demais pra te colocar contra a parede...
A rebelde o olha com uma fascinação evidente pelo que ouve. Os dentes claros começam a surgir em um sorriso mole, bobo...
Ele segura sua mão e de leve acaricia esperando que a namorada decida.
-Eu também amo você... -Ela faz uma pausa. -Também quero você... -Deixa seus dedos tocarem o rosto de Diego, passando de leve por baixo dos olhos, pelo queixo e em volta dos lábios. - Também te amo demais... Demais pra deixar esse nosso momento passar...
O jovem entende o que isso quer dizer, e o que dali para frente estava prestes a acontecer.
A mão dela aceita a dele. Diego desce até sua boca com sorriso discreto. Volta a beijá-la agora delicado e contínuo, saindo e voltando. Para um tempo sem fim só com os lábios grudados aos dela.
Ao sair vai até a bochecha, passando no extremo da orelha, indo ao pescoço e ao ombro...
Desce com a pontinha do nariz a sentir o cheiro da pele dela até onde a toalha interrompeu.
Tem a mão dela por debaixo da sua começando a ceder. Diego vai abaixando o corpo e lhe beija a mão muitas vezes, até que dedo após dedo vá se soltando da toalha. Ele olha para ela como se dissesse: "Pronta?" . E ao ler um sim em seus gestos, o rebelde retira suavemente sua mão, como uma cena em câmera lenta.
Tem diante de si agora, a pele mal coberta iluminada pela luz do quarto.
A beija por cima o coração e percebe que ao fazer, ele vai ficando cada vez mais acelerado. Como que estivesse sentindo o toque dentro da alma.
Roberta se segura nos braços dele tentando adivinhar o que está por vir. Eles não sabem o que estão fazendo, nem sabem como fazer. As descobertas são assim... É preciso sentir e fazer as trilhas para aprender os caminhos... Ainda que seja para se perder, ainda que seja para errar ou acertar.
Diego ainda não a descobre totalmente. Abre os olhos vez ou outra enquanto vai afastando de leve com o rosto e a boca, a toalha que ainda teima sobre a pele. Logo cai uma parte de um lado sobre a cama. Ele suspira. Os olhos muito abertos a estudar cada pedacinho que vai aparecendo. A beleza dela o deixa alucinado, perplexo, pasmo.
Ele desce. Cada milímetro do corpo sendo acariciado... As mãos a esfregar sua cintura e a apertá-la com os dedos. Ao subir, cola seu peito à pele dela que se expõe para ele, e voltam a se beijar.
Diego a acalma sempre a cada minuto. Lhe fala ao ouvido coisas só dos dois, faz seus carinhos mais guardados... Aqueles que nunca fez.
Roberta sente o corpo dele todo e inteiro acima do seu lhe deixando sem ar... Cada instante ao tê-lo parecia pouco e queria mais. Todos os seus nervos o pediam.
Eles vão se conhecendo através do tato e da visão... Vão guardando na mente os detalhes, os tons, as sensações, o aroma e a melodia dos minutos que tomam só para isso. E ficam intermináveis tempos em um namoro que a medida que passa vai ficando ainda mais íntimo.
A rebelde o agarra, sentindo as mãos dele em suas pernas trêmulas que ela logo leva a cintura de Diego. Roberta o beija com desejo, com força. Se movimenta de um lado e outro quase lhe arrancando a língua. Ele gosta e corresponde. Tudo começa a ficar mais intenso. Do romantismo doce à paixão consumista.
-Você é linda... -Diego diz com voz quente ao ouvido dela. O rosto está lado a lado. Ele ora morde, ora ofega...Ora cheira, ora se perde na fantasia real tão esperada.
Se envolvem em um abraço mais apertado do que nunca. Os olhos se fecham e vai surgindo toda a lembrança:
O primeiro dia em que se encontraram no corredor e a hostilidade dela que lhe dizia que nunca ficariam juntos...
O primeiro beijo na sala de aula que foi a primeira vez que sentiu o gosto que ela tinha.
Roberta também vai vendo tudo outra vez:
O primeiro beijo na piscina que foi também a primeira vez que sentiu os braços dele. A primeira vez que sentiu o peito largo apertado ao seu corpo. Sabia que começava ali a perder o medo, a perder a marra. Foi se apaixonando ao seu modo. Foi na implicância, na dureza...
As brigas, as vezes em que choraram e se agrediram com palavras grosseiras. Às vezes em que mais ninguém poderia saciar a cede que tinham do outro. Aquele buraco dentro do coração de algo que não voltaria mais. Brinquedo quebrado e sem conserto.
Mas tudo havia passado... Eram as primeiras páginas de uma história que tinha seu ápice naquele momento.
-Você quer que eu pare?
-...Não. -Roberta crava as unhas nas costas de Diego.
Carinhoso ele a firma e abafa seus sons com beijos longos e ternos. Quer proporcionar a ela somente as sensações mais bonitas e deliciosas que o amor possui.
Ela se deixa totalmente pertencer. Quer tê-lo no corpo tanto quanto o tem no coração.
Os movimentos continuam. A cama já está toda desfeita e bagunçada. O frio aumentava lá fora enquanto os dois suavam. Uma batalha de bocas, braços e pernas. Os corpos se contraem involuntariamente e eles não acreditam no que está acontecendo.

A distância que estão do perigo está na chave que não passaram na porta. A casa silenciosa, esconde da noite alguns segredos da imaginação. A qualquer momento a maçaneta poderia ser virada e todo encanto da noite está na falta constante do medo. Eles não conhecem nada mais. Não existe ninguém, não importa ninguém... Viajando pelas estrelas o mundo para. O mundo inteiro.

Em outro lugar é hora de ir embora.
-O filme foi ótimo, agora a gente tem que ir Carla...
-Verdade.
As meninas se levantam do sofá. Tomás e Pedro os acompanha.
-Será que a Roberta e o Diego já voltaram? -Alice pergunta à toa.
-Ah, acho que sim. A gente não costuma ficar até tão tarde assim.
-Nem é tão tarde Carlinha. -Tomás interrompe.
Eles pegam um táxi logo a frente e seguem. Os meninos fazem questão de acompanhar.
-E meu pai e a Eva? -Alice agora se preocupa.
-Calma, eles não devem ter chegado ainda.
-Ah, Pedro. Não quero que haja mais confusão... Não quero...
-Calma Alice, nem é tão tarde assim... -Carla tenta tranquilizar a amiga.
-Eu sei.... -A menina não se convence totalmente.
-Vai ver... A gente vai chegar lá e eles nem vão ter chegado.

Enquanto o carro leva tensa a mente de Alice de volta para casa, no colégio Elite Way outra mente tensa está prestes a ter um colapso.
-Você? -Pilar se assusta.
-Eu porque?
-A polícia tá te procurando Binho!
-E você vai ficar quietinha! -Ele se aproxima ameaçador.
-Como você teve coragem de fazer uma coisa daquelas? Sequestrar uma pessoa? você é louco?
-Eu não sequestrei ninguém!
-Ah, claro com certeza! Você nunca faz nada né Binho! Cidadão modelo!!
O rapaz agarra o braço de Pilar que tenta se soltar. Está descontrolado.
-Eu tô dizendo a verdade! Eu não fiz isso! Mas eu posso fazer muito pior com quem entra no meu caminho. Espero que você não entre nele!
E dizendo isso ele a solta. A garota está assustada.
-Eu não acredito em uma palavra. Você fez doutorado em mentira!
-Afinal de contas o que você veio fazer aqui no meio da noite?
-Eu vi você! E eu vou te denunciar!
Ao vê-la subir as escadas do porão o garoto se apavora e vai atrás dela.

Na porta da mansão, um carro se aproxima...

Esse vídeo é uma divulgação da Web Novela

Um resumo da primeira vez com uma pequena dramatização