Cap 28- Conheça Marina

(O capítulo de hoje não fiz sozinha, a Darly me mandou e eu adaptei a acrescentei algumas coisas,
valeu amiga ^-^)

 Roberta realmente não acredita nela. Mas no fundo começa a se sentir culpada, afinal, fazia muito pouco tempo que a garota estava ali, e julgá-la dessa maneira, sem conhecê-la direito, faz com que se sinta preconceituosa.
-Eu gosto do Diego e gosto de você! Quero viver em paz, só isso...
-Sério? -Roberta ainda tem um pé atrás, mas sabe ser justa. -Ok, se você quer paz, não sou eu que vou...
-Então a gente pode ser amiga?
-Vamos devagar né... -Roberta se afasta do possível abraço. -Por enquanto a gente fica assim. Vamos montando aos poucos a nossa visão uma da outra. Sem exageros valeu?
-Ok! -Marina sorri entusiasmada.
-Então, você tem aula agora?
-Nossa ele é muito lindo mesmo! -Marina muda a postura e Roberta se confunde.
-De quem você tá falando?
-Do Diego... Tava escondidinho ali, olhando a gente. Parece que ficou feliz com nosso papo.
 Roberta se vira.
-Não adianta olhar... Meu gatinho já foi querida!
-Como é que é?! E todo aquele papo de paz e...?
-Foi por pouco ein? Achei que fosse mais esperta! Mais um dia, e se eu quisesse, você estaria comendo na minha mão que nem suas amiguinhas. A Alice é só elogiar os arquinhos dela que ela se derrete. A Carla é uma eu nem preciso falar, qualquer um leva no papo!
-Lava a boca pra falar delas! São amigas de verdade! Não são parasitas como você!
-Mas elas gostam de mim fofinha! Mas você pode ficar com suas amigas, eu estou aqui por outro motivo.
-Que seria? -Roberta segura a raiva enquanto fala.
-O Diego! Eu resolvi pegar ele pra mim! –Marina fala com uma tranqüilidade assustadora, mas que está longe de intimidar Roberta, que se sente mais que vacinada contra esse tipo de gente. Ela ouve e encara, mesmo que seja apenas a confirmação do que já imaginava, parece inacreditável que alguém possa possuir tanto cinismo!

-Você nunca me enganou! - Ela olha para Marina e se contém. A vontade que tem é de voar naquele pescoço magro e torcer. Porém isso não seria conveniente.

-O mais importante não era enganar você, mas o Diego... Ele é muito gato, mas é tolinho!... –Marina sorri cinicamente, como se não percebesse o perigo que corre, ou como se simplesmente não se importasse.

-Eu vou matar você sua aguada!!!  –Roberta está agora em seu limite e sem poder mais conter a raiva, ela avança sobre Marina e começa a puxá-la pelos cabelos. A garota que grita desesperadamente por socorro.

-Alguém me ajuda! A Roberta enlouqueceu!

Neste momento Diego aparece e segura a rebelde que está furiosa..

-Para Roberta! O que é isso??!! –Ele mal consegue segurá-la. A rebelde se debate em seus braços, demonstrando que não estava satisfeita com a sacudida que havia dado em Marina.

-Chega Roberta!

-Me solta Diego! Eu vou acabar com essa garota!!!

-Diego por favor não deixa ela me bater... -Marina começa com um chorinho melancólico, leva as mãos ao rosto e seus olhos ficam molhados.

-Sua sonsa!! Me solta Diego!! Essa garota é uma falsa!! -Roberta põe mais força ao se debater. Diego a puxa tentando detê-la.

-Marina sai daqui que eu vou conversar com ela! -Diego tenta salvar a amiga. -Vem Roberta!

-Tá bom Diego...-Marina sai correndo aterrorizada, mas assim que dá as costas para Diego ela sorri satisfeita com o espetáculo que havia causado.

 Enquanto isso, segura pela mão, Roberta é levada para o quarto dos meninos.

-Diego você não faz idéia do que ela me falou!! - Roberta está descontrolada.

-Roberta calma!!! -Ele a segura firme e a senta em sua cama. –Agora me conta o que a Marina falou de tão grave pra você partir pra cima dela daquele jeito.

 Roberta respira fundo, ainda está difícil de acreditar que tivesse presenciado tal descaramento. A garota quase a enganou. Estava jogando. Brincando com a cara dela.

-Entre outras coisas, ela me disse que iria pegar você pra ela!

-Igual salgadinho na prateleira? -Diego olha para Roberta e ri.

-É sério! -Roberta fecha a cara.

-Olhos lindos! -Diego fala com o maior calma. -É só para ajudar ela com história. Vai me pegar, mas não vai ser o fim de semana todo não. –Ele diz inocentemente.

-Diego você não tá entendendo! -Roberta se aproxima dele impaciente. -Aquela aguada quer você, mas é em outro sentido! Será que você não vê isso?? –Roberta começa a se descontrolar novamente.

- Roberta! Você nunca fez o tipo ciumenta! Agora que resolveu, não acha que passando dos limites? -Ele começa a se irritar

-Urrrrrrrr!!! - Roberta levanta- Então fica aí achando que ela é um anjinho! -Roberta dá um passo e volta. -Ah, e quando você ver quem ela realmente é, nem venha me procurar arrependido! Porque eu te avisei!

Ela sai furiosa deixando Diego sozinho no quarto, sem entender nada.

 No caminho de volta para os corredores do colégio, ela sente uma mão que a puxa para dentro de uma sala vazia.

- Me solta! Me deixa ou eu grito!- Roberta tenta se desvencilhar das mãos que a apertam com força e que começa a machucar seus pulsos.

-Olha eu sei o que tá acontecendo e quero ajudar, então fica quieta!

-Ah tá bom! E as fadinhas existem...Nem morta eu caio nessa! Você certamente tá metido nisso até o pescoço! Me larga!

- É sério Roberta! Essa garota tá armando pra geral! Ela fez todo mundo achar que eu tava metido no seu sequestro. Eu tive que fugir e me esconder. Agora eu quero vingança!

-Ah! Tadinho de você! Topou com alguém ainda pior que você, foi?... -Roberta ri e debocha de Binho.

-Você acha que pode com ela sozinha? Vai lá então, só que depois não vai contar comigo pra te salvar...

-Você é a última pessoa dessa terra que eu pediria ajuda! Muito obrigada, mas eu sei me cuidar sozinha! -Roberta sai da sala com uma cara muito irritada, e ao caminhar vai pensando no que Binho falou. Mesmo que faça todo sentido, ele já não possui crédito algum com ela. Era praticamente impossível crer em qualquer palavra que ele dissesse.

 Após passada a confusão, a rebelde tenta conversar com Carla e Alice, mas as meninas não acreditam nela. Os meninos, incluindo o namorado, pensam que Roberta ainda esteja mexida com tudo que aconteceu. Prova disso era a maneira como ela havia ficado nervosa ao ver em sua frente uma jovem com a roupa igual a da suposta sequestradora.

-Talvez ela esteja com mania de perseguição! 

-Será? -Diego olha desconsolado. -Só sei que eu tô preocupado com ela, Tomás.

 Todos chegam mais cedo para o ensaio e e ficam falando de Roberta.

-Diego, não seria melhor falar com a mãe dela sobre isso? Sei lá, talvez ela precise de tratamento pós-trauma ou coisa do tipo...

 Os rebeldes ficam preocupados com a amiga e Diego, claro, fica ainda mais. Tudo em que ele pensa é que talvez a namorada ainda não tivesse superado algo tão traumatizando quanto um sequestro. Portanto precisaria dele ainda mais.

 Roberta desce as escadas normalmente já de cara boa e como se nada tivesse acontecido. Não vê outra saída, resolve deixar Marina agir, desistindo de incriminá-la. Afinal, se a verdade não surtia efeito, era hora de deixar que ela surgisse naturalmente. Mas ficaria à espreita, esperando o momento certo para dar uma forcinha ao tempo e desmascarar a menina.

-Ninguém esconde por muito tempo o que realmente é! –Pensa ela.
 Os amigos ensaiam toda a noite em clima de paz. Ninguém comenta sobre o assunto para que nada atrapalhe a banda. A música que soa deve ter gosto de sonho, com possibilidades de voos longos e fantasiosos.

Ao longo de toda a semana, ela atura passivelmente a face angelical que Marina a todo momento lança para cima de Diego. Para piorar seu humor, estava chegando o fim de semana e eles "estudariam juntos".

 Roberta não consegue pensar de tanta raiva que tem acumulada. Mas sem que esperasse, algo lhe ocorre e faz com que rapidamente mude de figura.

Marina segue para a aula, passando pelo corredor com os livros nos braços. O andar lento e manso é interrompido por um forte puxão que a trás para dentro da sala.

-Ai que é isso? Tá maluca?

-Não querida, você já provou que essa doença mental é sua! –Marina vira as costas de uma só vez e ameaça sair da sala, mas Roberta a puxa pelo cabelo e a joga contra a parede.

-Você tá me machucando sua idiota, ou você me solta ou... –Antes que ela complete a frase Roberta agarra seu colete e joga a menina no chão.

-Aqui você não pode fazer ameaças, somos só você e eu... 

 Todos estavam na educação física, e Marina era uma das únicas que sempre faltavam a essa aula.

-O anjinho do colégio tá com medo, tá? Porque você não bate as asinhas e sai voando? Ah, esqueci, morcego só voa de noite... –Roberta faz uma voz meiga e sarcástica, porém Marina sorri cinicamente. É como se não sentisse dor. Era muito mais forte do que mostrava. Para todos era indefesa e frágil, mas com Roberta a coisa era bem diferente.

 A menina se levanta tranquila. Joga os cabelos para o lado e ajeita as roupas amassadas.

-Ai Roberta... Como eu gosto de te ver assim... Só mostra como o meu plano está dando certo! -Ela chega o rosto bem perto do de Roberta para falar. -Você está desestabilizada meu bem, ninguém acredita em você. A única arma que tem para me atingir é a agressão física! -Ela sorri. -Olha que o MEU Diego não vai gostar nada de saber que você me machucou. Cara vocês são muito diferentes, ele merece alguém como eu: Delicada, doce! 

-Eu vou te mostrar como minha mão é delicada! -Roberta parte pra cima de Marina e lhe dá um tapa. A menina ameaça atingi-la de volta, mas a rebelde segura seus braços a jogando outra vez contra a parede.

-Ah! Quer brigar fofa?-Ela retoma a voz macia imitando Marina. Percebe de perto a cara de dor que a menina faz.

-Você vai se arrepender do que está fazendo! –Marina fala entre os dentes.

-Será?! Por enquanto tô muito satisfeita! -Roberta a solta.

  Olha para ela por um momento bastante séria, mas logo sai. Vai sorrindo e deixando Marina sozinha entre as carteiras vazias, com os olhos cheios de lágrimas. 

-Que ódio! Você me paga! –Marina repete para si mesma abaixando a voz aos poucos. Mas logo solta um grito fino recheado de auto-piedade ao ver seu orgulho pisoteado.

O fim de semana chega. Todos estão reunidos do lado de fora do colégio esperando para voltar para suas casas. Pedro é o primeiro a falar:

- E aí gente? Vila Lene amanhã?

- Eu só posso à noite! Fiquei de estudar com a Marina. -Diego explica.

-Mas temos que ensaiar, afinal estamos com um show marcado pra daqui quinze dias. -Reclama Alice.

 -É apenas uma matéria, nem vai demorar, né Diego? -Ao dizer isso Roberta surpreende todos. Era esperado que ficasse contra, mas não.

Diego olha espantado para Roberta. Até a noite anterior a rebelde parecia aborrecida com ele, por conta do mesmo assunto e agora a via toda compreensiva.

- É... Eu apareço então no fim da tarde... – Responde ainda confuso.

Marina chega entre os seis e olha direto para Diego. 

-Amanha então?

Todos os olhares se voltam para Roberta.

-Que foi gente? Eu ein...

Marina olha para Roberta, segurando o sorriso cínico e continua falando com o mesmo ar dócil.

-Olha Roberta, eu queria pedir desculpas pelo mal entendido do outro dia. –Ela mal se aguenta, tem certeza de que Roberta vai perder a pose a qualquer momento.

Todos olham apreensivos, porém Roberta sorri e diz amigavelmente:

-Eu estava tendo um dia ruim, mas já passou. Sabe como é né querida. Eu te peço desculpas... Fui muito grosseira...

Todos ficam mais surpresos do que nunca. Mas respiram aliviados.

-Diego, o que você deu pra essa menina tomar? -Alice fica de queixo caído. Nem percebe o quanto a amiga esta usando de ironia em cada palavra educada que diz a Marina.

 Diego abraça, orgulhoso, a namorada, deixando Marina furiosa. Mas ela não deixava aparentar.

-Amanhã eu chego na sua casa bem cedo Marina. Prometo!

-Por que não vai hoje e dorme lá? -Ela dá o mais inocente dos sorrisos. -Meu pai ia adorar, ele teve uma ótima impressão de você quando te conheceu nas férias. Vive comentando o quanto o herdeiro dos Maldonado é agradável. Aposto que ele iria ficar feliz que fosse!

-Não... -Diego abraça Roberta e após lhe dar um beijo na bochecha, responde agarrado à namorada:
-Hoje eu sou só dela.
 Mesmo sem saber, Diego acaba por dar um fora em Marina.
 Roberta sorri satisfeita, havia saído melhor que a encomenda. Talvez se fosse de propósito não sairia tão perfeita nem tão merecida essa resposta.

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