Pular para o conteúdo principal

Cap 1 - Roberta e Diego se esqueceram?

 As férias acabam e a preguiça ressurge, assim como o tédio, só de chegar aos portões do Elite Way. Cada rebelde havia viajado para um lugar diferente e há muito estavam sem se ver. Uma ou outra mensagem no celular, uma postagem no twitter, e não mais que isso. Tinha sido o tempo escolhido para relaxar, para curtir, curar as feridas, esquecer... Se é que algumas coisas são possíveis de se esquecer.
 Roberta sai do carro ainda como no primeiro dia. O olhar malvado cor de fogo, as mexas roxas e as tachas espalhadas pela roupa. Nada tão exagerado quanto nos momentos de pico, mas estava armada para o que fosse. Principalmente se fosse para implicar com as rendinhas da Alice que não disfarçava o desespero manhoso de encontrar Pedro.
-Ain... Onde será que ele tá?!
Roberta abre a bolsa.
-Aqui não tá!
Deixa de ser chata, a gente se aturou as férias todas, agora eu quero distância de você!
-Faço minhas as suas palavras! 
 E sem esperar mais que dois segundos, Roberta entra no colégio, deixando Alice ainda na entrada mirando todos que passam à procura do namorado.
 Sem paciência Roberta caminha apressada pelos corredores. Não olha bem para onde está indo, parece querer evitar alguma coisa.
-Ai, olha por onde anda idiota! -Ela tromba com Diego e a mochila cai.
-Oi. -Ela não responde. -Toma você deixou cair.
-Não seria você que quase me derrubou? - Roberta puxa a mochila de suas mãos com violência.
-Também foi bom te ver. -Diego dá as costas com indiferença.
 Roberta sente um nó na cabeça. Não era o encontro que esperava depois de tanto tempo sem se ver. Será que ele a tinha esquecido nessas férias? Ela acreditava ter esquecido, mas ao vê-lo todas as suas armas foram ao chão. O coração disparado não disfarçava a vontade de um abraço apertado. É dessas vontades que chegam a doer, por vir de uma saudade que sufocamos e proibimos por muito tempo.
 Mas o momento é de ser forte outra vez. Ela ergue os olhos e prossegue.

 Diego, com uma expressão séria, entra em seu quarto depois de muitos dias. Está tudo tão quieto que ele acredita ter sido o primeiro a chegar.
-É acabou a mordomia... -Fala sozinho enquanto joga a mala em um canto.
-Acabou mesmo moleque! -Diego é agarrado pelo pescoço com força. -Agora tu vai ver o que é bom!
-Me larga! -Diego revida derrubando o agressor no chão. Logo os dois saem rindo.
-Seu palhaço eu podia ter te machucado sabia? 
-Ah, tá! Até parece! Vem cá cara -Eles se cumprimentam com um abraço desses que só homem se dá, com batidinhas nas costas, achando que disfarçam o quanto sentem falta um do outro.
-Bom te encontrar Pedro! Só não imaginava que fosse assim!...Seu doido!
-E aí como foi as férias?
-Boas.
-Só isso?
-Tá, foram ótimas! 
-Vai ficar fazendo mistério é? -Pedro cruza os braços.
-Não. Eu precisava desse tempo pra colocar as ideias em ordem.
-Deu certo?
-Acho que sim. O machucado criou casca.
-Tá resistente?
-Nem tô. Eu acabei de encontrar com a Roberta no corredor.
-E ela?
-Foi marrenta.
-Então ela foi normal ué!
-Eu não consegui dizer nada.
-E?
-E que eu saí e deixei ela lá!
-Mas... Você já esqueceu ela Diego?
-Pior que eu achava que tinha...
-Então porque você não falou com ela cabeça!?
-É que quando eu olhei pra ela... -Diego lembra da cena. -Foi como a primeira vez que eu a vi...Cheia de si, de pressa, com cara de má! Mas me deixou totalmente bobo. Eu queria abraçar ela sabe? Apertar forte e nunca mais largar...
-Sei! Sei tanto que agora mesmo vou encontrar a minha branquinha e fazer com ela isso aí que você devia ter feito com a Roberta! Fui!... Ah!- Pedro se vira antes de fechar a porta. -E você deveria seguir o exemplo! Ao cara... -Pedro sai ainda falando, e Diego permanece imóvel e indeciso.
A grama esverdeada toca de leve as pernas que se cruzam sobre ela. Um livro em mãos, já passando da metade, e um olhar perdido em outro universo. Roberta pôs o uniforme antes de todos e escolheu um lugar tranquilo dentro de si para se esconder do mundo. As palavras a levam e a lembrança a traz de volta. Ela se enfurece e joga longe o livro.
-Droga! -Ela esfrega o rosto e joga o olhar para cima. Espera alguns segundos, respira fundo e se levanta para buscá-lo perto de um arbusto.
-Psiu! -Diego a agarra e puxa para baixo.
-Me solta!
-Psiu! -Diego olha para os lados.
-Não sabe falar outra coisa não?
Diego tapa a boca de Roberta e se põe sobre ela entre as folhas.
-Bom Jonas, aqui ela não está. -Franco afirma ao diretor.
-A Roberta deve estar dentro do colégio. Vamos procurar de novo, afinal ele é muito grande, nós devemos ter esquecido algum lugar.

Mesmo passado o perigo, Diego e Roberta continuam na mesma posição. As mãos sobre os lábios dela vão deslizando devagar. Os olhos estão perto demais, as bocas estão perto demais e os pensamentos estão longe demais...
O cheiro dele ainda era o mesmo. A cor dos lábios dela também. Diego tem algo a dizer, mas não consegue  desenvolver nenhuma frase. Está perdido no olhar e na sensação que a pele dela lhe transmite. Roberta sente o peso do corpo dele posicionado sobre seu abdômen, e se esquece de respirar.
 Ele vem se aproximando. Os lábios quentes se envolvem. Tímidos, eles sentem sua superfície antes de adentrar no começo, mas se tornam intensos à medida que o gosto do outro se torna necessário demais para se temer qualquer coisa. Não há palavra nos instantes em que a proximidade faz o desejo se estender além do tempo. E faz a gente perder a consciência de que conversas seriam necessárias. É preciso conversar com o toque, com o ar que sai dos pulmões e com os dentes nos lábios até eles se avermelharem antes de colocar importância em qualquer outra coisa.
Os dois ali ficam, em pleno esconderijo, tendo alguns breves instantes de entendimento, o que poderia ser mais perigoso do que se imagina.

Comentários

  1. Vc escreve muuuuito bem #FATO continue assim ;)

    ResponderExcluir
  2. ameei mal posso esperar pra ver a continuação :)

    ResponderExcluir
  3. Eu achei mto liindo, e quando eles se encontraram a musica dles Vc e o melhor pra mim, tocou na minha cabeça. Foi mais q perfeito!!!

    ResponderExcluir
  4. Ai...achei que só na minha cabeça tocava essa musica quando leio...rsrsrsrs
    Tá otimo!!!Gostei muito, você é talentosa ao cubo!
    Ah! to mandando um email pra você, da uma checada depois...

    ResponderExcluir
  5. Adorei!! Fico muito bom!
    Agora quero a continuação né

    ResponderExcluir
  6. Darly adorei o email e concordo plenamente com tudo q disse. Gosto das suas sugestões e eu nunca que vou ficar chateada né!rs...Eu agradeço cada uma delas. Bjos e obrigada!! :}

    ResponderExcluir
  7. Amiga resolvi fazer um blog pra mim, me dá uma força na divulgação....bj
    http://diariodasdelicias.blogspot.com/2012/01/pizza-de-rolo
    E me ajuda porque sou nova nisso.

    ResponderExcluir
  8. Cade o capitulo nao disse que era 23:00 aline nao atrasa nao sou muito sua fã

    ResponderExcluir
  9. perfeitoo continue assim liindaaaaaaaa
    a me segue no twiitter karol2011rbdb

    ResponderExcluir
  10. Roberta & Diego Voltem Por Favor Eu Nao Aguento Mais Sofrer & Tbm Vendo Vcs Dois Sofrerem Tbm Amo Muito Vcs , Vcs Sao Os Melhores ICasais Preferidos Bjs

    ResponderExcluir
  11. Roberta e Diego eu amo vcs,meu casal favorito
    adoro vcs

    ResponderExcluir
  12. Oi Linda,Nova aqui Lendo e Amando demais a Web !
    Sua Web é mais que Perfeita , continue sempre postando !

    ResponderExcluir
  13. Obrigada, seja bem vinda, a casa é sua! ^^

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Despedida

Obrigada a todas e todos por terem estado comigo até agora. Me perdoem qualquer coisa e um beijo enorme no coração de cada um. Eu gostaria de poder ter feito melhor em todo esse tempo, mas juro que o fiz foi de coração e tive um enorme prazer em estar aqui. Era uma escritora bastante amadora, mas me diverti demais e me senti abençoada com a companhia de cada um. Quem quiser me seguir no Wattpad, estou escrevendo outras histórias por lá >>>  AlineStechitti

Cap 122 - R, D & N

Quando passa pelo corredor, Nina vê várias pessoas sorrindo e acenando para ela. "Você tem fãs, está vendo?" Diego cochicha e seu ouvido. "Estão todos felizes por você estar com seu papais de novo." "Verdade?" "Verdade." Nina olha por cima dos ombros do pai enquanto ele caminha e então acena para as pessoas no corredor, sorrindo como nunca.  Quando entra no quarto, ainda no colo do pai, Nina vasculha tudo com os olhos e acha o lugar muito estranho, como o quarto do Seu Ângelo. A mãe está deitada, tem vários machucadinhos pelo corpo e longos fios saem dela, ligados em máquinas estranhas. Diego ergue a filha até próximo ao rosto adormecido de Roberta e Nina dá um beijinho na testa dela. “Atchim!!” Ao despertar e abrir os olhos, Roberta vislumbra um borrão que acha encantador e não contém o riso. Olhinhos muito assustados a miram perdidos e curiosos. “Desculpa, mamãe!” Nina funga e esfrega o nariz. “Oi, meu amorzinho.” Ela sorri e estica os b

Cap 124 - Como se fosse a primeira vez

O entardecer estava fresco na praia. Roberta deitava a cabeça no colo de Diego enquanto ele olhava o horizonte. Nina estava brincando com a areia e nem os percebia. Era fácil para os três ficarem em transe quando estavam diante do oceano. "Você acredita que passou tanto tempo assim, Diego?" "É bem difícil de acreditar..." "Temos uma filha... E temos essas argolas nos dedos que dizem à sociedade que pertencemos um ao outro." Ela ri olhando a aliança. "Eu pertenço." Ele a olha de cima e Roberta se levanta. "Posso dar um beijo no meu marido?" Diego deixa aquele tipo de riso manso escapar quando ela encosta os lábios nos dele. O barulho do mar se mescla ao barulho das conchinhas que Nina recolhe e a todo momento deixa cair, despencando dos seus braços em uma cascata de cores marinhas. Os amigos os questionavam por terem levado a filha para a lua de mel, mas eles tinham sempre a mesma resposta: "Nós vivemos em lua de mel!&qu